17/05/2019 09h15 - Atualizado em 17/05/2019 11h21

Egressos do sistema prisional dão exemplo em comemorações de três anos do Escritório Social

Egressos do sistema prisional capixaba mostraram no evento de três anos do Escritório Social que é possível se reinserir à sociedade por meio do trabalho e da transformação. Em três anos de atuação, o Escritório Social já atendeu mais de 7.800 egressos do sistema prisional com suporte em diversas áreas, tais como saúde, qualificação profissional e atendimento psicossocial.

Para comemorar a trajetória da ação, uma mesa redonda com o tema “O papel das Redes no sistema de garantia de direitos do egresso da Justiça” marcou o aniversário da unidade na tarde desta quinta-feira (16). O evento contou com a presença do secretário de Estado da Justiça, Luiz Carlos Cruz, e foi mediado pela subsecretária de Ressocialização da Sejus, Roberta Ferraz.

A mesa redonda teve a participação de Gisele de Souza, juíza coordenadora da Vara de Execuções Penais do TJES; Bruno Toledo de Souza, secretário de Direitos Humanos de Vitória; Carlos Augusto Lopes, subsecretário de Estado de Políticas para Drogas e da presidente da Associação Resgatando Vidas, Missão e Artes, Maria Aparecida Leandro. 

O evento também contou com a presença de egressos do sistema prisional que puderam contar um pouco sobre suas histórias de recomeço e empreendedorismo.

“O Escritório Social busca auxiliar e recolocar o egresso do sistema prisional ao mercado de trabalho a fim de que ele produza sua própria renda e da sua família. Ele faz parte de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Estado da Justiça e as demais instituições que compõem o sistema penitenciário do Estado. As oportunidades existem e temos trabalhado para ampliar ainda mais as vagas de trabalho e capacitação profissional”, disse Luiz Carlos Cruz.

Balanço das ações

Ao longo de três anos, o Escritório Social atendeu e encaminhou egressos para o resgate da cidadania, auxiliando a vencer as barreiras para o retorno à sociedade. Foram mais de 7.800 encaminhamentos ligados à documentação, emissão de certidão de nascimento, casamento ou óbito, título de eleitor, documento de identidade.

No mesmo período, foram cerca de 1.800 encaminhamentos na área da saúde para tratamento e acompanhamento de enfermidades, transtorno mental e dependência química.

Os egressos atendidos receberam ainda encaminhamentos para o trabalho e para profissionalização. Foram mais de 4 mil atendimentos na área da profissionalização, com encaminhamentos para cursos de qualificação e atendimento no Sine, e cerca de 1.800 encaminhamentos para o trabalho.

A unidade realiza ainda o atendimento e encaminhamento na área da educação, cultura, esporte e assistência social. 

Recomeço de vida após abrir seu próprio negócio

Após passar quase dez anos cumprindo pena no sistema prisional, o egresso Hebert Siqueira Santiago viu no empreendedorismo uma maneira de promover o sustento de sua família. Com o auxílio do Escritório Social, logo após obter seu alvará de soltura, o egresso trocou o posto de vendedor de balas pelo de empreendedor.

“Passei a vender balas dentro dos coletivos e com menos de trinta dias de trabalho resolvi abrir minha própria fábrica de bala bombom. Minha família trabalha junto comigo e conto com a ajuda de mais seis colaboradores. Toda produção é repassada para um revendedor da Vila Rubim, em Vitória. Com os ganhos da fábrica de balas já consegui erguer minha própria casa, além de investir no meu próprio negócio com a compra de equipamentos”, conta.

Com uma produção de 12 mil balas por dia fora do verão, o produto, feito com a receita do próprio Hebert, mantém a bala tradicional de coco, mas já ganhou seis novos sabores: limão, amendoim, maracujá, goiaba, morango e gotas de chocolate.

Para ele, o apoio do Escritório Social foi fundamental no processo de reinserção à sociedade. “A maior dificuldade do egresso é a oportunidade.  Ele sabe que o retorno à sociedade é difícil devido a discriminação das pessoas. Mas o primeiro passo para esse retorno é o Escritório Social. Tive oportunidade de ser ouvido e de aproveitar oportunidades como cursos de capacitação e orientação diversa. Hoje, sei que preciso fazer diferente. Também vou ser pai e quero mostrar para o meu filho que a vida pode seguir rumos diferentes e que com trabalho e mérito, tudo pode dar certo”, declara Hebert.

Empreender também foi a opção encontrada pelo egresso Fabrico Oliveira para um recomeço de vida fora do sistema prisional. Há mais de um ano, ele abriu a barbearia Show de Bola, no bairro da Glória, em Vila Velha, onde realiza uma média de 35 cortes de cabelo por dia. O serviço, que é ofertado para os públicos masculino e feminino, tem um diferencial, segundo ele. Para captar e fidelizar clientes ele agrega a venda de bebidas e petiscos no espaço, além de música ao vivo duas vezes por semana. Para Fabrício, oferecer um ambiente agradável aos clientes é uma maneira de fazer com que eles retornem.

“Sei que preciso fazer diferente e me atualizar com o mercado atual. Posso dizer que só consegui montar meu próprio negócio porque tive a ajuda do Escritório Social. Foi com eles que obtive oportunidade e encaminhamento para o curso de barbeiro, com certificado. Comecei meu negócio com duas cadeiras e hoje já tenho seis. É assim que quero continuar minha vida”, diz Fabrício.

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