Festa da Penha 2025: imagem de Nossa Senhora percorre presídio feminino de Cariacica

Pelo segundo ano consecutivo, detentas devotas da padroeira do Espírito Santo acompanharam a peregrinação da imagem de Nossa Senhora da Penha no Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC). A manifestação de fé aconteceu na manhã desta sexta-feira (25), como parte das comemorações da 455ª edição da Festa da Penha.
Assim como no ano passado, a imagem da santa percorreu o alojamento materno-infantil, galerias e oficinas de trabalho da unidade prisional, com a condução de voluntários religiosos da Pastoral Carcerária. Cantos marianos e orações foram entoados durante a peregrinação, que contou com a presença do Arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Ângelo Ademir Mezzari.
“Um dos pedidos do Papa Francisco foi levar esse alento e esperança aos presídios. A visita da imagem peregrina traz essa marca tão profunda, ao visitarmos as celas e vários setores da unidade. Eles são aqui os últimos, os mais empobrecidos, os mais excluídos. Significativamente, aqui em uma unidade prisional de mulheres, vimos que a grande maioria são mulheres jovens, são mães, esposas. Creio que esse tenha sido um dos gestos mais significativos, mais bonitos e que marca profundamente a festa deste ano, junto ao jubileu da esperança”, afirmou Dom Ângelo Ademir Mezzari.
“Creio que a nossa Arquidiocese e o povo capixaba percebe aqui uma realidade tão dura, mas que devemos olhar com muito amor. Aqui estão vidas, aqui há esperança, há coração de mulheres, mães, de esposas que querem viver. Que Nossa Senhora da Penha, mãe de Jesus, as proteja e as guarde. Que nós, como sociedade, poder público e a igreja, possamos olhar cada vez com mais amor por essas mulheres que também são filhas de Deus”, acrescentou o arcebispo.
A interna J.D.G. está no regime semiaberto e acompanhou parte da peregrinação e não conteve a emoção. “Não tem explicação para emoção que eu sinto ao ver a imagem de Nossa Senhora da Penha tão perto. A fé me dá esperança, força para seguir em frente. Quando sair daqui, vou ao Convento da Penha agradecer por tudo”, contou.
A assistência religiosa nos presídios está prevista na Lei de Execução Penal (LEP). No Espírito Santo, a atividade é coordenada pelo Grupo de Trabalho Interconfessional do Sistema Prisional (Ginter).
“Para as detentas devotas de Nossa Senhora da Penha, a possibilidade de acompanhar a peregrinação da imagem no Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) reforça o sentimento de conexão espiritual e de pertencimento a uma tradição que traz paz e esperança. A fé pode ajudar na reflexão, na busca por perdão e na motivação para a mudança. A espiritualidade desempenha um papel fundamental na ressocialização”, ressaltou a coordenadora do Ginter, Maria Jovelina Debona.
Atualmente, 2.230 voluntários promovem atendimento religioso às pessoas privadas de liberdade, com grupos compostos por instituições católicas, evangélicas e espíritas.
Internas confeccionam imagem de Nossa Senhora da Penha
No Ateliê Mãos Livres do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC), internas confeccionaram, em crochê, a imagem de Nossa Senhora da Penha. A boneca foi entregue ao frei Gabriel, guardião do Convento da Penha.
“Recebemos esse presente com muita alegria e surpresa. Trouxemos uma imagem e vamos levar uma. Olha que presente. É um sinal que o viemos trazer já estava aqui. Essa imagem entrará nesta tarde no nosso devocional. Normalmente, entramos com a imagem principal da santa e essa nova imagem entrará na frente, quando vamos indicar para as pessoas que esse foi um presente do Centro Prisional Feminino de Cariacica para nosso Convento. Ela vai ficar em um lugar especial, que nós, freis, vamos decidir juntos para guardar como lembrança dessa visita”, disse o frei Gabriel.
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