Detentos capixabas conquistam 6º lugar em Torneio Internacional de Xadrez On-line
Únicos no Brasil a participar do Torneio Internacional de Xadrez On-line, internos do sistema prisional capixaba concorreram com detentos da Armênia, Bielorrússia, Inglaterra, Itália, Rússia e Estados Unidos nos dias 05 e 06 de agosto. Orgulhosos por compartilhar a experiência com jogadores internacionais, detentos capixabas alcançaram a sexta posição do ranking geral do torneio, ficando na frente da Inglaterra. A Rússia foi a campeã.
O evento contou com o apoio da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX). O árbitro, Lindomar Tonini, acompanhou todas as jogadas e destaca o bom desempenho dos internos durante a competição. “O resultado foi ótimo para os capixabas. A Rússia, sem dúvida, é destaque na área em nível mundial. Mas o Brasil se preparou antecipadamente e teve um bom desempenho em todos os jogos”, ressalta.
Ao todo, 28 participantes, quatro deles do Espírito Santo, disputaram os jogos, que podem ser assistidos pelo site https://www.chess.com/. Inicialmente, a Espanha também estava cotada para o torneio, mas por problemas técnicos não pôde participar. O secretário de Estado da Justiça, Luiz Carlos Cruz, destaca o pioneirismo do Espírito Santo em participar de um evento internacional e como a atividade pode contribuir com a ressocialização.
“Esse projeto traz o resgate da autoestima e mostra que as pessoas são capazes de vencer, de acreditar que são vencedoras. O esporte estimula a capacidade de pensar e refletir. É um privilégio para o Espírito Santo ser o grande precursor no País a participar deste evento. Assim como o projeto do xadrez, temos diversos outros que funcionam como instrumento de ressocialização, seja como atividade laboral, lúdica, cultural ou de lazer. Nosso objetivo é transformar o sistema prisional capixaba em um grande centro de ressocialização e inclusão social”, destaca.
O presidente da CBX, Darcy Lima, enfatiza que a Confederação escolheu o Espírito Santo pelo trabalho consistente realizado na área. “O projeto Xadrez que Liberta já ganhou prêmios e se mantém ativo há muito tempo. O Estado capixaba é o único do País com esse trabalho consolidado. Para as pessoas privadas de liberdade, o xadrez ajuda na parte cognitiva, na tomada de decisão e funciona como uma atividade lúdica durante o cumprimento da pena. Os benefícios do esporte são muitos e acreditamos que, ao aprender essa técnica, os internos estarão mais preparados para a vida do lado de fora dos presídios. Vão sair pessoas mais inteligentes e mais preparadas para tomar as melhores decisões”, disse Darcy.
Poder de transformação
Walber de Souza Miguel pratica xadrez há cinco anos com o tradicional tabuleiro. Para ele, participar de um torneio online foi muito gratificante, independente do resultado. “É a primeira vez que participo de um torneio internacional e pela internet. O xadrez exige muita estratégia, lógica, é objetivo e a meta do jogo é sempre o xeque-mate, por isso toda ação necessita de um movimento bem analisado. Mas para jogar é necessário se dedicar, ser determinado. O jogo distrai a mente e tem ajudado muito no meu comportamento dentro da unidade”, diz.
Felipe Bernardino cumpre pena na Penitenciária de Segurança Média I (PSME I). Ele conta que aprendeu a jogar xadrez ainda na escola, mas foi na unidade prisional que ele conseguiu melhorar seu desempenho no jogo. “O xadrez é um passatempo. Me faz exercitar a paciência, ajuda a tomar a melhor decisão. E, além disso, me fez ter mais disciplina. Tenho certeza que o esse aprendizado também vai me ajudar lá fora, depois que cumprir minha pena”, destaca.
Projeto “Xadrez que Liberta”
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), por meio da Gerência de Educação e Trabalho (GET), desenvolve nas unidades prisionais do Estado o Projeto “Xadrez que Liberta”. Atualmente o projeto conta com 88 internos, divididos na Penitenciária de Segurança Média de Colatina (PSMCOL), Penitenciária de Segurança Média I (PSMEI) e no Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC).
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