Sessenta internos do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) participaram de aulões preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nesta semana.

Os aulões aconteceram nestas quarta (29) e quinta-feira (31) e foram realizados em parceria com o Colégio Cristo Rei de Linhares, que disponibilizou também todo o material didático.

Durante as aulas, os detentos realizaram simulados do exame e puderam tirar dúvidas em disciplinas como Redação, Matemática, Biologia, Química e Física.

As provas do Enem 2017 para pessoas privadas de liberdade serão aplicadas nos dias 11 e 12 de dezembro. Neste ano, 108 internos do CDRL farão o exame.

O coordenador do Pré-Enem do Colégio Cristo Rei, Fabio Lino, que já ofereceu aulões preparatórios na unidade em 2016, destaca que a iniciativa visa a contribuir para um bom desempenho dos internos no Enem.

“Acreditamos que a educação pode mudar as pessoas. Atendemos a comunidade escolar diariamente e decidimos dar suporte aos internos para que eles possam se preparar melhor para o exame”.

O diretor da unidade, Nelson Rodrigo Merçon, destacou que a parceria beneficia a todos. “É positivo para toda a sociedade oferecer esse apoio aos detentos. Um bom desempenho no Enem 2017 pode contribuir para a reintegração dos internos à sociedade por meio da continuidade dos estudos, que oferece novas perspectivas de vida a eles”.

Enem 2017

Neste ano, 1.979 detentos, de 31 unidades prisionais, vão participar do Enem 2017. Assim como os outros estudantes, os internos podem usar o resultado para obter bolsas estudantis, integrais ou parciais, em instituições privadas de educação superior por meio do ProUni.

Além disso, a nota obtida também poderá ser usada para o ingresso em instituições públicas de ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Educação

Atualmente, o Espírito Santo possui cerca de 3,5 mil detentos estudando em salas de aula nas unidades prisionais, da alfabetização ao Ensino Médio, na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). O acesso à educação é oferecido em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu).

Enquanto a média nacional de pessoas privadas de liberdade estudando é de 10%, no Estado o índice é de 17,1%. A população carcerária atual é 20.412 internos. Considerando apenas os detentos condenados, 28,2% são atendidos pela educação formal.

Redução de pena

Segundo a Lei de Execução Penal, o detento que estuda tem direito à remição da pena. A cada 12 horas de estudo, distribuídas em três dias, um dia da pena é reduzido.

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Texto: Paula Romanha