27/09/2023 17h08 - Atualizado em 27/09/2023 17h24

Detentos realizam reforma de entidade social

Internos do regime semiaberto, custodiados na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes), foram os responsáveis pela reforma do Centro de Vivência Despertar para Vida (CVDVIDA), localizado no bairro Santo Antônio, em Vitória. O material usado na reforma foi custeado por meio do projeto “Trabalho Externo com Monitoramento Eletrônico”, da Vara de Execução Penal de Viana.

O Centro de Vivências Despertar para Vida é um espaço destinado ao atendimento de pessoas com síndrome, transtorno, deficiência e dificuldade de aprendizagem. Ao todo, cinco detentos trabalharam na reforma do espaço, o que incluiu a construção de uma área de convivência, um auditório para uso de pessoas com espectro autista, pintura de toda a estrutura física, além de instalações elétricas.

A juíza titular da Vara de Execução Penal de Viana, Cristiania Lavinia Mayer, explicou que o projeto “Trabalho Externo com Monitoramento Eletrônico” visa a promover a ressocialização. “Os materiais utilizados na reforma do Centro de Vivências foram ofertados pelos próprios presos participantes do projeto como forma de contraprestação por suas liberdades antecipadas”, destacou.

Segundo a juíza, o projeto consiste em libertar, antecipadamente e mediante uso de tornozeleira eletrônica, apenados que preencham alguns requisitos, como trabalhar externamente e pagar pela mensalidade de seu monitoramento. “O preso recebe a tornozeleira para trabalhar fora da unidade prisional e dormir em casa”, informou Cristiania Lavinia Mayer.

Ela explicou ainda que, no entanto, a intenção do Juízo não é de simplesmente cobrar do apenado os valores mensais sobre o uso da tornozeleira, mas ensiná-lo que na vida existe contraprestação. “Se eu quero um benefício, preciso lutar por ele. Quando desconhecemos as dificuldades para se alcançar uma meta, ela perde o sentido. É preciso fazer com que o preso entenda que para conviver harmonicamente na sociedade, é preciso abrir mão de seus desejos pessoais, respeitar as regras e agir com equilíbrio”, salientou Cristiania Lavinia Mayer.

A diretora da Penitenciária Agrícola do Espírito Santo, Leizielle Marçal, ressaltou que parte dos internos da unidade prisional atuou na frente de trabalho, custeada por meio do projeto. “Essas ações possibilitam nossa atuação, como Estado, em eixos fundamentais, como trabalho digno, altruísmo, bem como a reinserção gradativa dos reeducandos na sociedade”, frisou Leizielle Marçal.

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