Educação nas prisões é tema de diálogo em seminário voltado para a EJA
A educação nas prisões foi tema do Seminário de Lançamento das Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos (DCEJA), promovido, nessa quarta-feira (26), pela Secretaria da Educação (Sedu). O evento reuniu representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), da comunidade escolar, além de representantes de universidades e do Fórum EJA, durante a mesa “Convergências e multiplicidades: o que nos une quando falamos de Educação em Prisões e Educação Escolar na Socioeducação”.
A mesa de diálogo contou com a participação de um estudante privado de liberdade da Penitenciária de Segurança Média 2 (PSME2), J.B.S.N. Na ocasião, ele falou para o público sobre a oferta da educação no sistema prisional e a superação em dar continuidade aos estudos mesmo em cárcere. Ele cursa a 3ª etapa da EJA no Ensino Médio e é representante dos alunos internos no conselho de escola, um dos fatores que contribuíram para a participação no evento.
“Senti um orgulho enorme em participar da mesa. Quando estamos em sala de aula na unidade prisional, é como estar em uma escola do lado de fora. Vou me formar este ano, depois de muitas tentativas de continuar os estudos. Começava e desistia. Foram três anos tentando até superar as dificuldades. Agora estou muito feliz por isso. A educação realmente transforma a gente”, disse J.B.S.N.
A subgerente de Educação nas Prisões da Secretaria da Justiça (Sejus), Silvia Moreira, ressalta que o Seminário marca o lançamento das Diretrizes da EJA. Na oportunidade, foram discutidos temas que qualificam a oferta de educação no sistema prisional. “As novas diretrizes da EJA representam avanços em direção à qualificação da oferta de educação para pessoas jovens e adultas, e, entre os estudantes alcançados, estão as pessoas privadas de liberdade que também têm acesso a essa educação de qualidade ofertada Sedu dentro do sistema prisional. Grande parte da população privada de liberdade abandonou os estudos por envolvimento com o crime”, salientou.
Ela complementa que a oferta educacional nas prisões vai além da simples elevação da escolaridade. “O que se propõe é uma educação reflexiva que permita que as pessoas presas se vejam como sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, construindo conhecimentos e habilidades que vão ampliar suas possibilidades de reintegração social e inserção no mundo do trabalho”, destaca Silvia Moreira.
O encontro debateu outros assuntos, como “O diálogo com as categorias Trabalho, Terra e Território no Currículo da EJA” e o “O diálogo com as categorias raça e gênero no Currículo da EJA”. Internas do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) participaram da abertura do evento com uma apresentação musical. Elas cursam a 3ª etapa da EJA no Ensino Fundamental e a 1ª etapa no Ensino Médio, respectivamente. A apresentação foi preparada pela professora de Arte, a docente da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nelson Mandela, escola que atua no sistema prisional.
"As Diretrizes Curriculares da EJA atualizadas eram muito esperadas por nossa equipe pedagógica, portanto, o Seminário foi uma ação muito positiva que contou com a participação da UFES e IFES trazendo elementos para o processo de implementação, além da fala de estudantes, o que materializa aspectos das diretrizes. Estamos felizes e empenhadas em realizar as próximas ações de implantação em 2024 e implementação das diretrizes curriculares em 2025", pontuou Mariane Berger, Gerente da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Secretaria da Educação (Sedu).
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é ofertada pelas Secretarias da Justiça (Sejus) e da Educação (Sedu), em 33 penitenciárias do Espírito Santo. Atualmente, cerca de 3.600 vagas são destinadas à população carcerária.
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