Egressa do sistema prisional ministra Curso de Trancista para internas do Centro Prisional Feminino de Cariacica

A história de superação da egressa Jaqueline Serafim dos Santos voltou, desta vez, ao Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) de uma forma transformadora. Condenada em 2010 por envolvimento com o tráfico de drogas, ela permaneceu pouco mais de três anos presa, período em que estudou, trabalhou e fortaleceu a vontade de mudar de vida. Hoje, empresária e proprietária do Black Girls Ateliê, salão que já emprega seis colaboradores, Jaqueline retorna à unidade como instrutora do Curso Trancista para Iniciantes, ministrado a 25 internas.
O curso, que alia teoria e prática, ensina diferentes técnicas de tranças, como nagô, ghana e box braids. As aulas são realizadas em turmas de cinco alunas, com duração de quatro dias, totalizando 16 horas. A terceira turma terá encerramento na próxima segunda-feira (06).
Para Jaqueline Serafim dos Santos, a oportunidade é também uma forma de devolver à sociedade o que recebeu. “Sempre tive vontade de voltar aqui, mas de uma forma diferente, ensinando a essas mulheres algo que hoje é o meu negócio e minha sobrevivência. Meu primeiro contato com a trança foi aos 12 anos de idade. Quando errei e me envolvi com o tráfico, não foi por falta de profissão, foi por uma escolha errada. Hoje, quero mostrar para essas mulheres que é possível recomeçar. Muitas internas têm talento, já faziam tranças umas nas outras. Por que não transformar isso em profissão? Assim como eu mudei, elas também podem mudar, buscar uma segunda chance”, contou.
O mercado para trancistas está em expansão, alcançando diferentes públicos e oferecendo boas perspectivas financeiras. “Hoje, uma profissional pode precificar a trança em valores que variam de R$ 40 até R$ 400,00. Isso abre a possibilidade de empreender, conquistar independência financeira e escrever uma nova história”, destacou.
Para a diretora do CPFC, Patricia Castro, o exemplo da egressa inspira não apenas as internas, mas toda a comunidade prisional. “A atitude da Jaqueline é um gesto de generosidade e coragem. Ela transformou sua vida pelo caminho do trabalho e agora compartilha esse conhecimento com outras mulheres que buscam uma nova chance. O curso mostra que a mudança é possível e que o sistema prisional pode ser um espaço de aprendizado e reconstrução de trajetórias. Cada trança feita aqui simboliza também uma oportunidade de recomeço”, afirmou.
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