Homenagem a aluno destaca importância da educação nas unidades prisionais do Espírito Santo

A educação tem se mostrado um dos principais caminhos para a reinserção social de pessoas privadas de liberdade no Espírito Santo. Nas unidades prisionais do Estado, a oferta de ensino formal vem transformando rotinas, despertando talentos e fortalecendo o propósito de mudança por meio do conhecimento.
No Centro de Detenção Provisória (CDPV2) do Complexo Prisional Rodrigo Figueiredo da Rosa, um aluno foi homenageado por sua trajetória escolar. J.B.C. cursa a 3ª etapa do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ele foi reconhecido pelos professores por sua dedicação e desempenho em todas as disciplinas. O esforço de J.B.C. tem incentivado os demais estudantes a seguirem o mesmo caminho.
De acordo com a pedagoga Fernanda S. Bertulano Rufino, a iniciativa surgiu do desejo de reconhecer o comprometimento dos alunos que encontraram na escola um caminho de mudança e superação. “A ideia nasceu da vontade de reconhecer o esforço e o comprometimento dos alunos que, mesmo diante de tantas dificuldades, encontraram na escola um caminho de mudança. Percebemos que muitos se dedicavam, participavam ativamente das aulas e demonstravam um verdadeiro desejo de aprender. Assim, quisemos criar uma forma de valorizar essas atitudes e mostrar que cada conquista merece ser celebrada”, explicou.
O processo de escolha do aluno destaque considerou não apenas as notas, mas também aspectos como frequência, comportamento, respeito, participação e evolução pessoal. Segundo a pedagoga, o impacto da homenagem foi imediato, uma vez que os demais alunos se sentiram motivados e passaram a se dedicar ainda mais às atividades escolares.
“O reconhecimento motiva os alunos, desperta o senso de pertencimento e fortalece o ambiente escolar. Muitos dizem que o prêmio os inspira a continuar estudando e a acreditar em si mesmos. A escola, por sua vez, se torna um espaço mais humano, mais acolhedor e cheio de significado”, destacou.
Para J.B.C. voltar a estudar, mesmo em um ambiente prisional, traz motivação para trilhar um caminho diferente. “Fiquei muito feliz e orgulhoso com a homenagem. Estudar me motiva a buscar novas oportunidades, a ter um futuro diferente, mesmo estando na prisão. Aqui, os professores viram a minha mudança e aprendizado e vejo que meus colegas de sala também estão se esforçando para aprender e conseguir boas notas. Isso é um grande reconhecimento”, disse.
Parceria com a Sedu
A oferta da educação formal no sistema penitenciário é realizada pela Secretaria da Justiça (Sejus), em parceria com a Secretaria da Educação (Sedu), que disponibiliza equipe pedagógica e professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para atuarem nas escolas exclusivas e de referência dentro das unidades prisionais do Estado.
A subgerente de Educação nas prisões da Secretaria da Justiça, Silvia Garcia, explica como funciona o ingresso à escola no sistema prisional. “Antes de ingressar em uma turma, cada pessoa privada de liberdade passa por uma avaliação feita pela Comissão Técnica de Classificação (CTC). Essa equipe reúne profissionais das áreas psicossocial e de segurança, que analisam diversos aspectos do perfil do interno. O objetivo é garantir que ele entenda a real importância de estudar, que apresente a documentação necessária para ser inserido nas atividades escolares”, pontuou.
“Também são observados critérios de comportamento e disciplina, para que o ambiente de aprendizagem se mantenha equilibrado e seguro para todos. O reconhecimento da equipe escolar para àqueles que se empenham no processo de aprendizagem e demonstram mudanças é muito importante. O gesto inspira outros alunos a alcançar novas perspectivas por meio da educação”, ressaltou Silvia Garcia.
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