Cinquenta e três internas da Penitenciária Feminina de Cariacica (PFC) passaram por exames para verificar a saúde visual e ocular, na última segunda-feira (14). A ação faz parte de uma parceria entre o Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria e a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), por meio do projeto Universidade no Cárcere, um dos principais eixos do Programa Cidadania nos Presídios, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), lançado de forma pioneira no Estado em fevereiro deste ano. 

O diretor institucional do Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria, Fábio Luiz da Cunha, explica que quatro profissionais voluntários estiveram na unidade para realizar os atendimentos primários que verificam deficiências visuais e patologias que afetem a saúde ocular.

“Nos casos em que foram verificadas patologias, recomendamos o encaminhamento a um médico para que seja feito o tratamento adequado. Apenas duas detentas que participaram da ação já haviam realizado exames visuais anteriormente. Uma delas tinha 11 graus de miopia. Isso mostra a importância de ações como essa, já que a saúde visual afeta a capacidade de aprendizagem e laborativa, e até a autoestima, porque a pessoa se sente incapaz de realizar algumas atividades”, disse.

Após a realização dos exames, o Conselho irá fabricar e montar 51 óculos, que serão doados às internas. A entrega está prevista para a primeira quinzena de dezembro, quando a equipe retornará à unidade para fazer os ajustes finais nos óculos e checar a adaptação e o conforto das internas.

Além das detentas, três bebês que vivem provisoriamente com as mães no alojamento materno-infantil da unidade foram examinados.

Universidade no Cárcere

O projeto Universidade no Cárcere é um dos eixos do Programa Cidadania nos Presídios. No Estado, ele teve início em agosto, com a assinatura de termos de cooperação com a Universidade Federal do Espírito Santo e a Universidade Vila Velha, além do Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria.

A iniciativa prevê uma maior interação entre essas instituições e a Secretaria, com o objetivo de potencializar as ações de reinserção social de detentos e egressos do sistema prisional.

O Espírito Santo foi o primeiro estado do país a implantar o projeto, que prevê a participação de detentos, bem como de egressos e seus familiares, em projetos de extensão e pesquisa realizados pelas instituições de ensino. O Universidade no Cárcere também permitirá a realização de estágios e de residência multiprofissional. 

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