Oitenta internos que cursam o Ensino Fundamental e Médio no Centro de Detenção Provisória de Viana II (CDPV II) participaram de um campeonato de soletração. A competição começou em maio e a grande final foi realizada na última quarta-feira (26).

Com o tema “Soletrando o futuro”, a disputa teve início com eliminatórias nas salas de aula, em que os detentos concorriam com colegas da mesma série e mesmo turno. Dessas competições, saíram oito finalistas do turno matutino e oito finalistas do vespertino, que disputaram a final, entre turnos. 

Foram impressas 170 palavras de níveis fácil a difícil, como quinquilharia, permissividade e inexequível. Os internos tiveram que soletrar as palavras sorteadas para a mesa julgadora e podiam perguntar o significado, a origem e a aplicação da palavra em uma frase para a banca.

A mesa julgadora foi composta pela diretora da Escola Nelson Mandela, Mariana Campanha da Silva, pela pedagoga Patrícia Pereira dos Santos e pelo professor Jordão Costa.

O diretor da unidade, Bruno Damatta Brandão Silva, os adjuntos Elias Antônio de Souza Junior e José Marcos Iglesias, servidores e demais alunos acompanharam a competição.

O vencedor do campeonato foi o interno Edson Monteiro Freire, que cursa a 2ª etapa do Ensino Médio. Feliz com a vitória, ele agradeceu ao incentivo dos professores e ressaltou a importância da educação para a mudança de vida.

“Esse campeonato reforça que somente por meio da educação e da disciplina podemos mudar o quadro em que nos encontramos e a visão negativa que algumas pessoas têm de nós”.

O segundo e o terceiro lugares ficaram com os detentos Richard dos Santos Potratz (2ª etapa do Ensino Médio) e Herman Benicio Rossi dos Santos (7ª etapa do Ensino Fundamental).

Os dois primeiros colocados receberam troféus e o terceiro colocado uma medalha.

A professora de Língua Portuguesa Julcéia Sabino, responsável pela iniciativa, explicou que o campeonato teve como objetivo principal incentivar os alunos a se interessarem pelas aulas da disciplina.

“Conseguimos despertar nos alunos o interesse pela ortografia, eles ficaram muito entusiasmados. O ser humano precisa se sentir importante, valorizado, e o campeonato proporcionou isso aos internos”.

O diretor adjunto do Centro de Detenção, Elias Antônio de Souza Junior, elogiou a equipe pedagógica pelo trabalho desenvolvido. “Pensar em ações educacionais é contribuir com a transformação social. Iniciativas como essa são muito bem-vindas. Os detentos ficaram muito interessados e tiveram um bom desempenho”.

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Texto: Bruna Pereira