Mesmo privados de liberdade, alunos internos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nelson Mandela puderam participar de aulas de Matemática de um jeito diferente: com o uso de computadores e iniciação ao mundo digital. A atividade pedagógica contribui para o aprendizado dos alunos e a imersão ao uso da cultura digital com a disciplina de Matemática. As aulas são aplicadas nas unidades prisionais de Viana e Cariacica.

A oferta da Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas penitenciárias do Estado é fruto da parceria entre a Secretaria da Justiça (Sejus) e a Secretaria da Educação (Sedu). Nas atividades realizadas em sala de aula, os alunos puderam utilizar computadores e jogos matemáticos. A ferramenta digital foi disponibilizada por meio de download prévio, sem permissão para acesso à internet.

“A inclusão digital na EJA no sistema prisional auxilia na introdução do indivíduo em sociedade, influencia no processo de ensino-aprendizagem proporcionando mais acesso a outras formas de conhecimento, além de ajudar na inserção para o mercado de trabalho. Nas aulas aplicadas, utilizamos jogos matemáticos para diagnosticar o aprendizado prévio dos alunos em matemática simples. Dessa forma, eles compreendem melhor o conteúdo por meio do uso de ferramentas digitais. Inovamos sempre em recursos para uma aula mais dinâmica e que contribua para a ressocialização do nosso aluno”, explica o professor de Matemática Maksander Pedrada Merlo.

A pedagoga Fabiana Gabriela da Silva também reitera a importância da tecnologia na educação de jovens e adultos. “Promover aulas diferenciadas, que propiciem aos alunos interagir na cultura digital dentro de unidade prisional, é maravilhoso. Hoje, a EEEFM Nelson Mandela utiliza da tecnologia para fomentar o ensino. A cultura digital chegou na nossa escola para ficar e fazer a diferença na vida educacional dos alunos”, reforça.

O interno O.S. cursa a 7ª etapa do Ensino Fundamental e nunca havia usado um computador. "Para mim, é muito bom ter aulas de cultura digital. Nunca tinha usado um computador antes. Achei que na situação de prisão isso não fosse possível de acontecer. Mas hoje estou aqui, dentro de uma sala de aula, aprendendo mais a cada dia”, disse.

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