Mais de 1,9 mil detentos do sistema prisional capixaba farão o Enem 2014
Entre os benefícios para os alunos que vão prestar o Enem estão a possibilidade de concessão de financiamento estudantil por meio do ProUni (Programa Universidade para Todos), do Governo Federal, e chances de receberem bolsas de estudos em faculdades particulares, por meio do programa Nossa Bolsa, do governo estadual.
Além disso, a nota obtida no Enem também poderá ser utilizada em processos seletivos de instituições de ensino superior, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). E, caso alcance a pontuação necessária, o candidato também poderá receber a certificação de conclusão do Ensino Médio.
De acordo com a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper do Nascimento, além de facilitar o acesso desses internos ao ensino superior, o Enem fortalece a política educacional nos presídios. "A intenção da Sejus é ampliar a política de acesso à educação nos presídios do Espírito Santo, como direito do preso. Dessa forma, ampliamos o número de internos matriculados na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), e, consequentemente, o número de participantes no Enem", explicou a gerente.
Educação é referência
Atualmente, o Espírito Santo possui 3,5 mil presos estudando em salas de aula de 31 unidades prisionais, desde a alfabetização até o Ensino Médio, na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). A oferta de Educação é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
Enquanto a média nacional de presos na escola é de 10% nosso índice é de 21,2% da população carcerária em sala de aula. Se considerarmos apenas os presos condenados, esse índice passa para 32%.
Entre a população carcerária feminina esse índice é ainda maior. Hoje, o Espírito Santo é o Estado com mais mulheres presas envolvidas em atividades educacionais no País. 52,3% delas estão inseridas no processo educacional.
Estudar reduz a pena
A Lei nº 12.433/11, sancionada em junho, alterou a Lei de Execução Penal para permitir a redução da pena dos presos que estudam. O benefício da remição autoriza a redução de um dia da pena a cada 12 horas de estudo, distribuídas em três dias.
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Texto: Aline Pagotto