15/12/2021 16h42 - Atualizado em 15/12/2021 16h45

Parceria entre unidades prisionais do Estado leva educação, arte e cultura à escola de Linhares

Um projeto voltado para a educação, arte e cultura reuniu a expertise de três unidades prisionais do Estado em uma iniciativa que busca tornar mais lúdico os ambientes de escolas públicas da região norte do Estado. Com o nome Amigos do Saber, o projeto levou mais cor e alegria ao Centro Educacional Infantil Municipal (Ceim), Agostinho Rigoni, localizado em Pontal do Ipiranga, Linhares, nessa terça-feira (14).

 

A proposta do Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL), juntamente com a Penitenciária Regional de Linhares e Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL), foi proporcionar à escola municipal um espaço mais colorido, que auxilie nas práticas pedagógicas, com itens produzidos no sistema prisional.

 

Com isso, o local recebeu um parquinho, com direito a gangorra e escorregador feitos em madeira, mesa com bancos decorados com o ciclo de reprodução das tartarugas, além de passeio e enfeites de jardim. Diversos materiais lúdicos e pedagógicos para auxiliar os professores da Educação Infantil em sala de aula também fizeram parte da entrega. Nesse contexto, estão fantoches, bonecos de contação de história, além de diversos jogos.

 

A diretora do Centro Prisional Feminino de Colatina, Maria Aparecida Freitas, explica que o projeto surgiu do trabalho que as unidades prisionais têm em comum. “Todas as três unidades trabalham com a ressocialização e humanização da pena. A oferta de trabalho no sistema prisional é uma maneira importante de ressocializar. Produzimos muitas coisas e, dessa forma, produzimos também educação, arte e cultura. Vemos com isso, um grande resultado refletido nos custodiados, pois mexemos com o coração de cada um. E foi a partir daí que resolvemos criar o Amigos do Saber. Reunimos nossa expertise para auxiliar escolas do interior, que não possuem tanta estrutura, no processo educacional. O projeto também conta com o envolvimento de toda a equipe de servidores penitenciários das unidades”, pontua Aparecida Freitas.

 

A subsecretária de Ressocialização da Sejus, Karina Bayerl, destaca a importância do projeto. “A integração entre as unidades prisionais é extremamente importante no que diz respeito a reunião de esforços que impactam positivamente na comunidade. É uma iniciativa que trabalha a ressocialização, acima de tudo, pois o reeducando participa ativamente do projeto com a produção dos itens entregues. Ele está inserido nas atividades que trazem mudança para a comunidade, que fazem o bem e desperta o espírito solidário e de cidadania”, destaca Karina Bayerl.

 

Os diretores da PRL e CDRL, Vinicius Narciso e Nelson Merçon, respectivamente, participam ativamente de projetos desenvolvidos com a comunidade. Narciso explica que os internos da unidade prisional, que estão no regime semiaberto, não medem esforços para contribuir com projetos solidários. “Eles estão cumprindo pena por um crime que cometeram e participar de ações com essa proposta permite o sentimento de troca, de retribuir com a sociedade”, explica Vinicius Narciso.

 

“Essa ação conjunta possibilita um crescimento enorme para todos os envolvidos. Nossos reeducandos estão vivenciando a gratificação do esforço, com trabalho e entrega”, frisa Nelson Merçon.

 

Os projetos

 

No Centro Prisional Feminino de Colatina, internas do Projeto Aconchego Lúdico trabalham na confecção de fantoches, jogos, bonecos e livros de estórias infantis. São esses itens, que também contribuem com a educação especial inclusiva nas escolas do município, que também estão sendo utilizados no Projeto Amigos do Saber.

 

O projeto ocorre na Penitenciária Regional de Linhares (PRL), onde os internos participantes da Fábrica de Sonhos, desenvolvem blocos de concreto para construção, materiais para ornamentação de jardins, além de vasos para plantas.

 

Já no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL), internos da Marcenaria CDRL transformam madeira em diversos mobiliários como mesas, cadeiras e armários. Para o projeto Amigos do Saber, eles contribuem com brinquedos usados nos parquinhos infantis, tais como balanços, escorregadores e gangorra.

 

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