09/12/2025 16h51

Unidade prisional promove apresentação teatral com internos e internas LGBTQIA+

A Penitenciária de Segurança Média 2 (PSME2) foi palco do exercício cênico "Manga Rosa, Coração Civil", realizado nesta terça-feira (09), com 15 internas e internos que cumprem pena na unidade exclusiva e de referência à população LGBTQIA+.

A encenação “Manga Rosa, Coração Civil” foi roteirizada pelo oficineiro, idealizador e coordenador do projeto, Antonio Marx. Os encontros tiveram início em agosto, com aulas semanais, totalizando 36 horas, quando os participantes tiveram aulas de expressão corporal, técnicas vocais, jogos teatrais e exercícios de improvisação.

 O projeto de extensão "Palco Livre: teatro no presídio LGBTQIA” foi contemplado com recursos do Funcultura e da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), por meio do Edital 04/2024 da Secretaria da Cultura (Secult), focado na Valorização de Territórios e Diversidade Cultural.

Segundo Antonio Marx, a peça tem como base a educação em direitos humanos. “O projeto é pautado na educação em direitos humanos, com personagens e temas que representam a luta por um país livre do racismo, do machismo, da LGBTfobia e de todas as formas de violência e opressão. Além de movimentar corpo e exercitar a mente, a peça propõe aos internos um momento de reflexão, de vivenciar emoções e a pensar em temas que talvez nunca seriam discutidos em seu cotidiano”, ressaltou.

“Durante as oficinas, eles e elas estão fora do confinamento da cela, ocupando mente e coração com pensamentos e emoções para além do cárcere.  Por isso o ‘Palco Livre: teatro no presídio LGBTQIA’ é um processo rico de construção de conhecimento, um conhecimento livre, onde os participantes ganham em aprendizagem e troca de conhecimento”, disse Antonio Marx.

Gabriel Fitaroni Neves da Cunha, diretor da Penitenciária de Segurança Média 2 (PSME2), destacou que a Secretaria da Justiça (Sejus) busca parcerias por iniciativas que promovem a ressocialização não só por meio da educação e trabalho, mas também pela arte e cultura. Apenas internos do regime provisório foram contemplados nesta edição do projeto.

“Permitir que um projeto como este aconteça dentro da nossa unidade mostra também a nossa preocupação com um tratamento penal verdadeiramente humano. Nossa missão é garantir um ambiente onde o respeito, a diversidade e a possibilidade de recomeço sejam possíveis. A oficina permite que internas e internos desenvolvam habilidades, expressem suas histórias e ampliem sua visão de mundo”, pontuou Gabriel Fitaroni.

Durante as oficinas, houve também a descoberta de talentos, como o caso da interna Mharyetta Jhoaquina que é cantora lírica. Ela fez parte do elenco e pôde mostrar um pouco da sua voz. “Canto desde os nove anos de idade e diversos ritmos como MPB, sertanejo, rock. Mas descobri que sou cantora lírica aos 13 anos. Ao fazer parte do elenco e poder cantar durante a apresentação foi mostrar o que eu sei fazer de melhor. Cantar é o que faz eu me sentir livre”, afirmou.   

O projeto Palco Livre é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), por meio do Núcleo de Direitos Humanos e Saúde (NuDHS), e com a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos do Espírito Santo (ReBEDH-ES).

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