23/09/2015 10h00 - Atualizado em 14/03/2016 15h40

Detentos de Vila Velha recebem carteira de artesão

Dezessete internos da Penitenciária Estadual de Vila Velha II (PEVV II) e um da Penitenciária Estadual de Vila Velha V (PEVV V) receberam nesta quarta-feira (23) a Carteira do Artesanato Brasileiro. Eles participam dos projetos "Reabilitarte" e "Atelier da Cidadania", realizados nas unidades prisionais mantidas pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).
 
Com o documento, eles terão direito a benefícios como poder participar de exposições no território nacional e até internacional, compra de matéria-prima com desconto, credenciamento para ministrar oficinas e cursos de artesanato e emissão de nota fiscal avulsa. Dessa forma, a carteira gera uma perspectiva de trabalho para o detento, quando cumprir a pena e deixar o presídio.
 
A iniciativa da confecção das carteiras foi da Sejus, em parceria com a Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes). Segundo levantamento da Agência, o setor de artesanato movimenta cerca de R$ 150 milhões por ano no Estado e é responsável pela renda de cerca de 20 mil famílias.
 
A entrega das carteiras de artesão aos detentos foi realizada na tarde desta quarta-feira (23) e contou com a presença da gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper do Nascimento, da diretora-presidente da Aderes, Lúcia Dornellas, e do diretor da PEVV II, Bruno Nienke Machado.
             
A gerente de Educação e Trabalho da Sejus destacou que a Carteira do Artesanato Brasileiro é uma importante ferramenta que os detentos estão recebendo. "Ela pode fazer diferença na vida dos internos quando saírem, pois abre possibilidades para que eles possam comercializar seus produtos", falou Regiane Kieper.
                             
A diretora-presidente da Aderes, Lúcia Dornellas, também ressaltou a importância do artesanato como uma oportunidade de trabalho para os internos. "É com alegria que levamos para o sistema prisional uma política pública que oferecemos fora das unidades. A carteira tem um significado muito importante, pois possibilita a participação dos artesãos em feiras e dá direito a incentivos como isenção do ICMS", disse Dornellas.
                          
O interno G.M. acredita que o que aprendeu no projeto "Reabilitarte", juntamente com a carteira que comprova que ele tem experiência como artesão, pode ajudar a ter uma renda quando terminar de cumprir sua pena. "Pretendo trabalhar em feiras e expor meu trabalho em praças. Não sabia fazer nada de artesanato quando entrei no projeto e já aprendi muito. Foi muito bom para mim, pois sou diabético, tenho problemas cardíacos e entrar para o projeto me deixou mais calmo e me deu uma ocupação", falou.
 
Já o detento A.F.P., disse que receber a carteira de artesão é um passo importante na vida de todos os participantes do projeto. "Além de o artesanato ser uma atividade que nos deixa mais tranquilos e relaxados, é uma oportunidade de trabalho. Nós a abraçamos com força e coragem, nos dedicamos para aprender e, quando sairmos, poderemos chegar em qualquer Estado e apresentar a carteira, que comprova que podemos fazer esse trabalho", disse.
 
Reabilitarte
        
O projeto "Reabilitarte" atende a detentos acima de 50 anos ou aqueles que têm algum problema de saúde. Atualmente, 25 internos participam da iniciativa. Eles têm aulas de artesanato e produzem peças como tapetes, bolsas, toalhas de mesa e redes. Dois internos atuam como instrutores dos demais.
                    
Os internos que participam do projeto não recebem remuneração, mas são beneficiados com a remição da pena. A cada três dias trabalhados, um é abatido da pena a ser cumprida.
                     
Já o projeto "Atelier da Cidadania", da Penitenciária Estadual de Vila Velha V, trabalha o artesanato com detentos usando materiais recicláveis. Eles produzem enfeites e peças decorativas a partir de resíduos de sabonete, couro ecológico, potes de sorvete, feltro, garrafas PET, entre outros.
          
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Justiça
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Texto: Thaís Brêda
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