02/09/2020 11h51 - Atualizado em 02/09/2020 12h07

Egresso aprende ofício em unidade prisional e abre seu próprio negócio

“Tudo que sei hoje aprendi no sistema prisional”. É com esta frase que o egresso Edirley de Jesus Alves diz ter encontrado motivação para abrir o seu próprio negócio e abandonar de uma vez por todas o mundo do crime. 

Com uma pequena marcenaria montada na casa onde mora, em Cariacica, ele cria e executa peças em madeira, o que garante renda para o seu sustento. O ofício foi aprendido durante o cumprimento da pena na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes), quando pôde participar do projeto Fábrica dos Sonhos, no qual os internos produzem brinquedos.

“Tive dificuldade de encontrar trabalho devido a minha deficiência, mas na Paes tive a rica oportunidade de aprender um ofício. A diretora Leizielle Marçal foi a responsável pelo o projeto e a que mais me incentivou quando eu estava lá, além dos servidores Queiroz, Junior Carliane, Leila Amorim e a Juliana Molaes. Posso dizer, com toda a certeza, que foram pessoas essenciais para minha ressocialização. Se eu não tivesse essas pessoas na minha vida, eu não seria um microempresário, seria um assassino, ladrão, traficante ou estaria morto” conta Edirley.

Edirley perdeu uma perna ao ser atropelado há oito anos. Para abrir seu próprio negócio, que tem até página em rede social, Edirley Alves contou com o apoio incondicional da família. Em especial da mãe, dona Aurora de Jesus, que está sempre ao lado do filho e se orgulha da pessoa que ele se tornou.

“Eu só tenho a agradecer à Paes e a toda a equipe de profissionais do presídio pela oportunidade que o meu filho teve enquanto esteve lá. São pessoas com vontade de ajudar. Foi graças a elas que o meu filho aprendeu a profissão de marceneiro e hoje segue uma nova vida. Ele conta com meu apoio, apoio de toda a família e de pessoas que nos ajudaram na abertura da marcenaria”, diz dona Aurora.

Na unidade prisional onde cumpriu pena em regime semiaberto, Edirley Alves fez diversos cursos de qualificação, como auxiliar administrativo e almoxarife, mas foi com a marcenaria que descobriu o prazer pela profissão.

A diretora da Paes, Leizielle Marçal, não esconde a alegria de ver a transformação do egresso e afirma que resultados como este demonstram que além do eixo punitivo da pena, o Estado cumpre seu papel no que tange à ressocialização. “Desde muito novo, Edirley colecionava um histórico contumaz de cometimentos de crimes, incluindo crimes hediondos. Ver que o Projeto Fábrica dos Sonhos foi precursor de mudanças efetivas na vida dele nos deixa realizados e motivados. Ele foi reintegrado ao seio social de forma eficaz ante à qualificação, o labor e o processo reflexivo pelo qual passou dentro do sistema prisional capixaba, o que o tornou útil a si mesmo, à sua família e à sociedade”, ressalta Leizielle Marçal. 

Projeto Fábrica dos Sonhos

No projeto Fábrica dos Sonhos detentos do regime semiaberto produzem brinquedos a partir de paletes de madeira, materiais recicláveis e tecidos doados por confecções. Além disso, são produzidos jogos de memória, casas de bonecas, jogos de argolas e varetas, além de bonecas de pano e carrinhos. As habilidades de marcenaria são repassadas de um interno para o outro. Além disso, detentos aprendem a trabalhar com metas de produção e de qualidade, o que ajuda na preparação dessas pessoas para o retorno ao mercado de trabalho ao alcançarem a liberdade.

Instagram: @amarcenaria.es

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