24/08/2015 09h18 - Atualizado em 14/03/2016 16h42

Egressos do sistema prisional participam de palestras

Mais de 60 egressos do sistema penitenciário participaram de palestras sobre entrevista de emprego, mercado de trabalho e dependência química na última sexta-feira (21). O evento, inédito, foi realizado no auditório do Edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória, pela Subgerência de Atenção ao Egresso e à Família, da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

Os temas foram escolhidos com base nos atendimentos feitos aos egressos, visando a atender às suas necessidades. A equipe da Sejus abordou o tema 'Como se Preparar para Entrevistas de Emprego: Ética e Postura no Ambiente de Trabalho'. Dicas de como se vestir e como se portar foram passadas para os egressos.

A equipe do Programa de Reabilitação ao Toxicômano e ao Alcoolista, do Hospital da Polícia Militar, falou sobre 'Dependência Química e Tratamento'. Fechando a programação, representantes da Agência Municipal do Trabalhador de Vitória abordaram o tema 'Mercado de Trabalho, Emprego e Renda'.

A gerente de Reintegração Social e Cidadania da Sejus, Maria Jovelina Debona, explica que as palestras fazem parte da política de acompanhamento dos detentos que estão em liberdade condicional ou que cumprem punição em regime aberto, até a extinção da pena.

"O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) determinou, a partir de 2014, que os Estados assumam a responsabilidade de acompanhar aqueles que cumprem pena em liberdade. A partir disso, estamos implantando centrais de acompanhamento do egresso. Em Vitória e em Cachoeiro já começamos a realizar atendimentos. Também estamos implantando centrais em São Mateus e Colatina", explicou a gerente.

Segundo Jovelina, o principal objetivo desse acompanhamento é reduzir a reincidência e, consequentemente, diminuir os índices de violência no Estado.

Jaqueline Bagalho, da Subgerência de Atenção ao Egresso e à Família, explica que o acompanhamento inclui, por exemplo, o encaminhamento ao trabalho e à rede de saúde, além da confecção de documentação, caso o egresso não possua. "Nosso trabalho é ajudá-los a se reintegrar à sociedade e prepará-los para enfrentar as dificuldades que surgirem, agora que estão em liberdade", diz.

O egresso I.R.M., de 31 anos, elogiou a iniciativa pois, na sua visão, quem sai do presídio precisa de apoio e orientação para conseguir se reinserir no mercado de trabalho. "Para nós, a dificuldade é maior na hora de se apresentar ao RH de uma empresa. Estou há dois meses livre, já fiz algumas entrevistas, mas ainda não consegui um emprego. No presídio tive oportunidade de trabalhar e também de estudar. Gostei das palestras e da chance de conversar com pessoas que estão na mesma situação que a minha", contou.

Já o egresso J.C.F., de 34 anos, considerou as palestras um estímulo para continuar buscando a reintegração à sociedade. "Esse acompanhamento tem sido de grande utilidade para mim. Vou fazer um curso de qualificação por meio da Secretaria e estou esperançoso de que vou conseguir um trabalho quando tiver concluído essa formação. Também consegui tirar todos os documentos com ajuda da equipe. No presídio, fiz até o 3º ano, mas não cheguei a completar. Quero terminar os estudos para ter mais chances de me empregar", falou.

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