Servidores da área psicossocial da Secretaria da Justiça (Sejus) puderam conhecer, na última sexta-feira (30), a metodologia do Projeto "Homem que é Homem”, desenvolvido pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES). O objetivo é implementar ações destinadas aos custodiados que cumprem pena por violência doméstica.

A Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, por meio da Seção de Projetos Educacionais, Prevenção e Estudo da Violência (SPVE), realizou o encontro para o repasse do material e informações à equipe.

O projeto “Homem que é Homem” está alinhado com a proposta de trabalho do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, que foi pensado metodologicamente para atuar nos eixos de controle da criminalidade e da prevenção à violência, a partir da ampliação do acesso aos serviços básicos e promoção da cidadania em regiões caracterizadas por altos índices de vulnerabilidade social.

O subsecretário de Estado de Ressocialização da Sejus, Marcelo Gouvêa, explicou que a Pasta tem fomentado o desenvolvimento de estratégias para a capacitação da equipe da área psicossocial quanto ao trabalho desenvolvido no interior do cárcere, o que inclui ações direcionadas sobre violência doméstica.

“Conhecer o projeto ‘Homem que é Homem’ vai auxiliar na transferência da metodologia aplicada pelos técnicos da área psicossocial da Polícia Civil. Nosso objetivo é capacitar cada vez mais nossos profissionais para implementar e aperfeiçoar projetos que levem à reflexão sobre violência doméstica, com ciclos de encontros onde serão debatidos temas voltados para a desconstrução de ideias sexistas e machistas, estimulando formas pacíficas de lidar com os conflitos. Entendemos que esta é uma forma de evitar a reincidência desses casos e uma maneira de reduzir a violência”, pontuou o subsecretário Marcelo Gouvêa.

Equipes técnicas da Polícia Civil e dos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Santa Maria de Jetibá e Sooretama também participaram do encontro, uma vez que o projeto está em processo de expansão.

“A relevância do projeto se encontra no fato de que é imperativo discutir com o homem autor de violência contra a mulher as questões que envolvem relacionamentos baseados na violência, pois se trata de uma questão de necessidade social, uma vez que comportamentos machistas, sexistas e misóginos ainda integram as concepções de masculinidade. Precisamos desconstruir esses valores ainda existentes”, disse a delegada Cláudia Dematté, da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

O Projeto

Lançado em 2015 e idealizado por psicólogas e assistentes sociais da Polícia Civil do Espírito Santo, o Projeto "Homem que é Homem" foi elaborado com a finalidade de contribuir para a redução da violência contra a mulher no Estado, atuando numa perspectiva preventiva (socioeducativa). Tendo em vista os excelentes resultados atingidos, a partir do ano de 2017, a Polícia Civil passou a expandi-lo para os municípios do interior do Estado, após estabelecer parcerias com as prefeituras interessadas em executar o projeto nos territórios.

A partir de 2019, o projeto foi inserido no eixo de proteção social do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, fazendo com que fosse para os municípios do interior, com o objetivo de reduzir a violência, garantindo a redução de vulnerabilidades e a promoção de cidadania em todo o Estado, no que pese a priorização de alguns territórios.

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