23/02/2015 12h40 - Atualizado em 18/03/2016 16h36

Escolas estaduais e instituição social recebem bolas e redes produzidas por detentos do sistema prisional

Mais onze escolas da rede estadual de ensino e uma instituição social receberão bolas e redes esportivas confeccionadas por detentos do sistema prisional capixaba. Serão distribuídos kits contendo bolas e redes de futsal, voleibol, basquetebol e handebol, totalizando 580 bolas e 156 redes.
 

As doações dos materiais esportivos começaram nesta segunda-feira (23) em Vitória. Já nesta terça-feira (24), a distribuição será realizada em Serra e Cariacica.

 

A ação está sendo coordenada pela equipe de Projetos Especiais da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).
 
As primeiras escolas contempladas com as doações foram a EEEFM Almirante Barroso e a EEEM Professor Fernando Duarte Rabelo, ambas localizadas em Vitória. Alunos, professores e diretores receberam a equipe da Sejus e mais dois internos que cumprem pena em regime semiaberto na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes), que participaram da entrega dos materiais esportivos.
 
A diretora da EEEFM Almirante Barroso, Ana Beatriz Ribeiro Ferreira, disse que a iniciativa é muito importante para todos os envolvidos no projeto. "Hoje, estamos muito felizes em receber o material, pois temos a chance de contribuir para o processo de ressocialização dos internos e estimular o esporte na escola. A ideia é inovadora e fantástica", afirmou.
 
O aluno da escola EEEM Professor Fernando Duarte Rabelo, João Vitor Nascimento, 16 anos, acredita que a doação dos materiais servirá de exemplo para ele e muitos colegas. "Este trabalho é muito interessante, pois além de ganharmos bolas, redes e mais materiais, serve como um alerta para que nós estejamos sempre no caminho certo", acrescentou.
 
Além dessas escolas, serão contempladas a EEEF Celestino de Almeida, a EEEFM Coronel Olímpio Cunha e a EEEFM Itagibá Escobar, em Cariacica; a EEEF Professor Adevalni Azevedo e a EEEFM Clóvis Borges Miguel, na Serra; a EEEFMMajor Alfredo Pedro Rabaioli, a EEEM Elza Lemos Andreatta, a EEEF Maria Ericina Santos e a EEEFM Desembargador Carlos Xavier Paes Barreto, em Vitória.
 
No sábado (28), a União Comunitária de Amigos do Bairro Rio Marinho, localizada em Cariacica, também será contemplada com a doação do material esportivo. A instituição distribuirá as bolas e redes a 12 projetos sociais localizados em bairros adjacentes.
 
A intenção da Sejus é doar o material às escolas e instituições filantrópicas e sociais, a fim de proporcionar o lazer e estimular crianças e adolescentes a desenvolverem a prática de esportes.
 
As doações das bolas e redes produzidas pelos internos começaram em junho de 2014. Nesse período, foram contempladas 15 escolas e uma instituição social, localizadas em Vila Velha, Vitória, Viana e Cariacica.
 
"Com esta ação contribuímos para o desenvolvimento de atividades esportivas nas instituições e conseguimos despertar o valor do trabalho no reeducando", explicou a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper do Nascimento.
 
Pintando a Liberdade
 
As bolas e redes foram produzidas pelos internos que participam do projeto 'Pintando a Liberdade'. A inciativa existe desde 2010 e busca a ressocialização e a profissionalização dos presos, com a utilização dessa mão de obra para produção de material esportivo.
 
Hoje, 100 internos, de unidades de Vila Velha e Viana, desenvolvem atividades de corte, estampa e costura de bolas, além de confecção de redes. Os internos que trabalham na produção de bolas e redes são remunerados e possuem o benefício de remição de pena, ou seja, a cada três dias trabalhados, um dia da pena a ser cumprida é reduzido.
 
Leonardo Santos de Moura, 28 anos, que cumpre pena na Penitenciária Estadual de Vila Velha III, no complexo do Xuri, é um dos detentos que trabalha na fabricação das bolas. "Minha vida mudou depois que comecei a trabalhar na penitenciária. Hoje, minha família sente muito orgulho do meu trabalho. Me veem com outros olhos. Quando cumprir minha pena, quero continuar trabalhando, com carteira assinada, na confecção de bolas e redes", planeja.
 
Já Marcelo Pinto Siqueira, 33 anos, que também trabalha na fábrica da unidade prisional, vê a nova profissão como uma oportunidade. "Quando sair, eu pretendo exercer a profissão que aprendi aqui dentro, na fábrica de bolas", revela.
 
Ressocialização e trabalho
 
Hoje, o sistema penitenciário capixaba possui 17.278internos e mais da metade participa de ações de ressocialização, que variam com a situação do preso (condenado ou provisório) e com o regime em que ele cumpre pena (fechado ou semiaberto).

O trabalho de ressocialização realizado pela Sejus é pautado no tripé: trabalho, educação e capacitação profissional. A meta é ampliar o grau de escolaridade do preso e qualificá-lo profissionalmente e, em seguida, ainda dentro dos presídios, inseri-lo no mercado de trabalho.
 
Dessa forma, o foco da ressocialização para presos em regime fechado é educação e qualificação profissional. Já entre os que estão em regime semiaberto é a inserção no mercado de trabalho, uma vez que eles já passaram pela qualificação profissional e tiveram o nível de escolaridade ampliado.
 
Grande parte dos internos que participam dos cursos de capacitação é contratada por empresas que utilizam mão de obra de detentos. Tanto que, hoje, são 2.545 presos trabalhando em 243 empresas conveniadas à Sejus.
 
Os internos atuam em frentes de trabalho montadas dentro das unidades e também nas sedes dessas empresas, fora dos presídios, dependendo do regime em que cumprem pena (fechado ou semiaberto).
 
Alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos internos são: montagem de móveis, produção de bancos de couro, de blocos de concreto, produção de mudas de eucalipto, construção civil, serviços gerais, finalização e acabamento de confecção, artesanatos diversos, produção de marmitex, entre outros.
 
 
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