21/10/2025 14h00 - Atualizado em 21/10/2025 14h03

Feira de Ciências no CDRL transforma a educação prisional e rende prêmio a professor capixaba

Uma feira de ciências realizada no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL), unidade prisional administrada pela Secretaria da Justiça (Sejus), foi fator determinante para que o professor de Química e Pedagogo, Rodrigo da Vitória Gomes, conquistasse o primeiro lugar no Prêmio Toda Matéria Professor do Ano 2025.

Idealizador da Feira de Ciências na unidade prisional, Rodrigo concorreu com 600 professores de todo o país. Para participar da premiação, alunos, ex-alunos e instituições indicaram os docentes participantes, em uma só categoria. O prêmio segue critérios de avaliação, em que um júri analisa questões como relevância do trabalho desenvolvido, reconhecimento externo, potencial impacto da ação do docente na comunidade e consistência de todas as informações transmitidas na inscrição.

O professor venceu o prêmio por idealizar uma das únicas Feiras de Ciências em uma unidade prisional de regime fechado do mundo. A atividade é organizada anualmente e como parte das ações pedagógicas da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor Manoel Abreu, instalada dentro do presídio. Na unidade, estão matriculados na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), 319 alunos privados de liberdade.

Para Rodrigo da Vitória Gomes a premiação é resultado de um trabalho conjunto da comunidade escolar e Secretaria da Justiça. “Receber esse prêmio é uma alegria imensa e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. É o reconhecimento de um trabalho coletivo, feito com muito esforço dentro de um espaço que, muitas vezes, não é lembrado quando se fala em educação. Trabalhar com educação em prisões é acreditar que o conhecimento é capaz de atravessar muros, transformar histórias e devolver sentido à vida de quem, por diferentes motivos, teve os caminhos interrompidos. Mais do que uma conquista pessoal, considero essa premiação um símbolo de resistência e de esperança, porque cada aula dada é um ato de fé na educação como direito e como possibilidade de recomeço”, disse Rodrigo da Vitória Gomes.

A educação formal é ofertada nas unidades prisionais do Espírito Santo por meio da parceria com a Secretaria da Educação (Sedu). O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, parabenizou o professor pela premiação e ressaltou que o reconhecimento da iniciativa traz ganhos para toda a comunidade escolar e sociedade.

“Este reconhecimento é motivo de enorme orgulho para o Espírito Santo e para todo o sistema prisional capixaba. A Feira de Ciências do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) é um exemplo concreto de como a educação é um dos pilares do Programa de Ressocialização da Sejus. Quando um projeto desenvolvido dentro de uma prisão ganha destaque entre quase 600 professores de todo o Brasil, estamos falando não apenas de uma premiação, mas de uma conquista coletiva: de professores, alunos e de todos os profissionais envolvidos nesse processo que acreditam que a educação é o alicerce da verdadeira transformação social”, destacou Rafael Pacheco.

A Feira de Ciências

A Feira de Ciências do CDRL é um projeto interdisciplinar que envolve todas as áreas do conhecimento, sendo Ciências da Natureza, Matemática, Linguagens e Ciências Humanas. Os professores planejam juntos, conectando os conteúdos ao tema central da edição.

Os projetos apresentados na feira abordam temas como sustentabilidade, meio ambiente, saúde, energia alternativa e a aplicação da ciência para melhoria das condições de vida no ambiente prisional. 

“Essa integração é essencial, porque mostra aos alunos que o conhecimento não está dividido em caixinhas. A ciência dialoga com a arte, com a história, com a língua portuguesa e com a realidade social em que vivem. O resultado é um trabalho coletivo, em que cada disciplina contribui para construir sentido, promover reflexão e fortalecer o sentimento de pertencimento. É a educação como prática de liberdade, capaz de gerar consciência, autonomia e transformação social, mesmo dentro de um ambiente de privação de liberdade”, pontuou Rodrigo da Vitória Gomes.

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