15/12/2022 11h18

Internos do Espírito Santo são premiados em concurso nacional de redação

Internos do sistema prisional do Espírito Santo foram premiados no 6º Concurso Nacional de Redação promovido pela Defensoria Pública da União (DPU). A cerimônia de premiação foi realizada, nesta quarta-feira (14), na Escola Penitenciária (Epen), localizada no Complexo de Viana.

 

O concurso tem abrangência nacional e dispõe de categorias destinadas aos adultos em situação de privação de liberdade em instituições estaduais. Nessa edição, o tema foi “Entre o céu e o asfalto: onde está a dignidade da população em situação de rua?”, e contou com a participação de 495 internos alunos do sistema prisional do Espírito Santo.  

 

Dois internos matriculados na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nelson Mandela, alcançaram o primeiro lugar no concurso. Willian Pereira Falcão, da Penitenciária de Segurança Máxima 1 (PSMA1) e Lucilda Ratzk, do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC). Além do certificado de premiação, eles ganharam um Videogame Sony Playstation 4 e um Smartphone XIAOMI 64GB, respectivamente.

 

Já o segundo lugar foi conquistado pelo interno Antonio Gomes Junior, da Penitenciária Estadual de Vila Velha 1, e o terceiro por Rosineia Ferreira da Silva, do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) e Weberton dos Santos, da Penitenciária de Segurança Máxima 1 (PSMA1). Todos receberam um tablete.

 

A subsecretária de Ressocialização da Secretaria da Justiça (Sejus), Karina Rocha Mitleg Bayerl, destaca a importância da premiação. “O concurso promovido pela DPU tem o objetivo de estimular o prazer pela leitura e o conhecimento. Nas unidades prisionais do Estado, temos a educação como aliada no processo de ressocialização dos privados de liberdade, pois entendemos que a educação transforma vidas”, disse.

Os resultados alcançados por nossos alunos internos só demonstram que estamos no caminho certo. Parabenizo a todos pelo resultado: aos alunos, aos docentes e equipe pedagógica que participaram com muito empenho das discussões e atividades em sala de aula para que esse resultado fosse possível. O concurso é um estímulo à promoção do conhecimento, à leitura e ao pensamento crítico, além de fortalecer ainda mais o processo educacional em cárcere”, enfatiza.

 

Compuseram a mesa a subsecretária de Ressocialização da Secretaria da Justiça (Sejus), Karina Rocha Mitleg Bayerl, a subgerente de Educação nas prisões, Silvia Moreira Franco, a representante da Sedu Flávia Demuner, o diretor da Penitenciária Estadual de Vila Velha I, Carlos Ely, e o diretor da EEEFM Nelson Mandela, Francisco Paiva, além de familiares dos internos.

 

A primeira colocada, Lucilda Ratzk, contou que ficou muito orgulhosa pelo resultado.  “Quando eu cheguei ao sistema prisional, eu só havia concluído até a quarta série. Hoje eu tenho Ensino Médio completo. E tudo se deve ao incentivo que recebi dos meus professores, que acreditam no meu potencial”, destacou a interna que deseja estudar Arquitetura quando deixar a prisão.

 

Já William Pereira disse que ficou muito contente com o prêmio e que se inspirou em conhecidos para escrever a redação. “Nunca estive em situação de rua, mas convivi com pessoas que passaram por isso. Escrever a redação foi me colocar no lugar deles. Acho que isso me inspirou a escrever um bom texto, além do apoio que recebi dos professores”, pontuou

 

O concurso

O 6º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União, com o tema “Entre o céu e o asfalto: onde está a dignidade da população em situação de rua?” foi destinado aos alunos dos ensinos Fundamental e Médio, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA), assim como aos adolescentes que estão cumprindo medida socioeducativa de internação e aos adultos em situação de privação de liberdade em instituições estaduais. Participaram apenas os estudantes matriculados em escola da rede pública ou de ensino técnico do país, bem como internos das penitenciárias federais.

 

O concurso foi dividido em cinco categorias, que contemplaram estudantes da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA); do Ensino Médio regular, ensino técnico e EJA seriado; alunos que cumprem medida socioeducativa; estudantes em situação de privação de liberdade no sistema prisional brasileiro e pessoas em situação de privação de liberdade que cumprem pena em presídios federais.

 

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