Dez internos que cumprem pena em regime semiaberto na Casa de Custódia de Vila Velha (CASCUVV) realizarão até o dia 09 de junho serviços de limpeza e manutenção no Hospital dos Ferroviários. O hospital será reinaugurado no final do mês de junho. A ação começou nesta quinta-feira (29) e os internos trabalharão sempre das 8 às 17 horas.

  

O grupo de internos faz parte do projeto 'Re-formando Vidas', lançado em dezembro de 2013, cujo objetivo é realizar manutenção e reformas em prédios públicos, propiciando espaços mais aconchegantes aos cidadãos e a servidores públicos e, ao mesmo tempo, reintegrar o interno à sociedade.

  

Os internos farão trabalho voluntário e não serão remunerados por isso. Mas, serão beneficiados com a remição da pena, assegurada por lei. Dessa forma, para cada três dias trabalhados será abatido um dia na pena a ser cumprida.

 
Antes de iniciar os trabalhos, o grupo de detentos foi avaliado e os que já possuem experiência em construção civil tiveram a chance de colocar em prática os conhecimentos. O grupo que não possui experiência recebeu um curso de qualificação profissional na área da construção civil, e com o projeto terá a chance de colocar em prática o que aprendeu durante as aulas.

 
Durante a ação, o grupo de internos realizará capina e pequenos reparos na estrutura do estacionamento do hospital, montagens e manutenções de leitos, além de reforma do almoxarifado e do setor em que são armazenados os medicamentos. Dois internos que trabalharam na enfermaria da CASCUVV também realizarão a separação e organização dos medicamentos.
 
Um dos internos, que é formado em Gastronomia, demonstrou-se empolgado com o trabalho realizado. "Apesar da minha formação, estou descobrindo outras habilidades. Participei de um curso de qualificação profissional na área de construção civil e sei que também poderei fazer esse trabalho quando eu estiver em liberdade", contou.

 
"O projeto 'Re-formando Vidas' busca garantir o aproveitamento da mão de obra de detentos e proporcionar a remição de pena, contribuindo para a resgate da autoestima e dignidade, tornando-os agentes de transformações positivas. Todos os internos que participam do projeto passam por uma seleção e preparação do setor psicossocial da unidade prisional", afirma a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper do Nascimento.
 

Para a diretora do hospital, Magda Lamborghini, o projeto surgiu em boa hora. "Eu já conhecia o projeto e tenho certeza de que com a ajuda dos internos, conseguiremos reinaugurar o hospital na data prevista, pois eles têm potencial. Também sei que, com o projeto, de alguma forma, contribuiremos para o processo de ressocialização deles", avaliou.
 

Já a gerente de gestão hospitalar da Sesa, Melissa Santos de Oliveira Lisboa, acredita que o projeto tem a chance de ser estendido. "A expectativa é de que possamos ampliar o projeto para outros hospitais estaduais e, com isso, tornar o trabalho contínuo", completou.