Internos do sistema prisional se destacam na prova do Enem
No ano passado, 2.336 presos, em 31 unidades prisionais do Espírito Santo, fizeram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Alguns obtiveram bom desempenho, com pontuação suficiente para conquistar uma vaga no ensino superior.
Um dos internos com boa nota no Enem 2015 foi Rigner Carvalho dos Santos, que obteve a média geral de 648,96 pontos no exame e 800 pontos na Redação.
Ele tem 43 anos e cumpre pena na Penitenciária Semiaberta de Vila Velha, no Complexo do Xuri. Rigner deu entrada no sistema prisional em 2010 e, na época, tinha apenas o Ensino Fundamental, mas voltou a estudar na unidade prisional em que estava custodiado e concluiu o Ensino Médio. Hoje, já planeja fazer curso superior de Administração ou História.
Quem também se destacou no Enem foi Geovana Ovani, de 32 anos. Ela cumpre pena, desde 2010, no Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL) e conseguiu bolsa de 40% em uma faculdade de Colatina, onde está cursando Pedagogia.
Assim como Rigner, Geovana concluiu os estudos na unidade prisional. Para custear a mensalidade da faculdade a interna usará o salário que recebe pelo trabalho em uma empresa de alimentação, dentro da unidade prisional, que possui convênio com a Sejus e absorve mão de obra do sistema prisional.
“Resultados como esses, dos internos de Vila Velha e Colatina, consolidam as ações educacionais que a Sejus desenvolve e proporcionam a eles novos rumos, os capacitam para uma vida nova após o cumprimento da pena”, explica a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper.
Enem 2015
O número de inscritos no Enem 2015 superou as expectativas da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus): foram 404 participantes a mais do que em 2014, quando 1.932 inscritos fizeram o exame.
Desde o início da aplicação do exame nos presídios capixabas, o número de participantes cresceu mais de 6.000%. Em 2009, quando o exame foi realizado pela primeira vez nos presídios capixabas, foram 36 inscritos.
Educação
Atualmente, o Espírito Santo possui 3,5 mil detentos estudando em salas de aula, em 30 unidades prisionais, da alfabetização até o Ensino Médio, na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). O acesso à educação é oferecido em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Sejus).
Enquanto a média nacional de pessoas privadas de liberdade estudando é de 10%, no Espírito Santo o índice é de 18,3%, considerando a população carcerária atual do sistema prisional.
“A educação é uma ferramenta essencial para a reintegração dos detentos à sociedade. Nosso trabalho começa com a alfabetização, passa pelo Ensino Fundamental e Médio, e vai até o pós-médio, incentivando os detentos a participarem do Enem e de seleções como ProUni e Sisu”, complementa Regiane Kieper.
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