08/12/2014 16h31 - Atualizado em 03/03/2016 16h34

Mais de 1,9 mil detentos do sistema prisional capixaba farão o Enem 2014

O número de internos do sistema prisional capixaba inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aumentou. Neste ano, mais de 1,9 mil internos farão as provas, que serão aplicadas nos dias 09 e 10 de dezembro, em 31 unidades prisionais do Espírito Santo.
 
Ao todo, 1.932 internos vão prestar o exame. Esse número é maior em relação ao ano passado, quando 1.551 internos prestaram o exame. Se comparado ao ano de 2009, quando 32 internos realizaram o exame, o número mostra um crescimento de 5.937%.
 
Entre os benefícios para os alunos que vão prestar o Enem estão a possibilidade de concessão de financiamento estudantil por meio do ProUni (Programa Universidade para Todos), do Governo Federal, e chances de receberem bolsas de estudos em faculdades particulares, por meio do programa Nossa Bolsa, do governo estadual.
 
Além disso, a nota obtida no Enem também poderá ser utilizada em processos seletivos de instituições de ensino superior, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). E, caso alcance a pontuação necessária, o candidato também poderá receber a certificação de conclusão do Ensino Médio.

De acordo com a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper do Nascimento, além de facilitar o acesso desses internos ao ensino superior, o Enem fortalece a política educacional nos presídios. "A intenção da Sejus é ampliar a política de acesso à educação nos presídios do Espírito Santo, como direito do preso. Dessa forma, ampliamos o número de internos matriculados na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), e, consequentemente, o número de participantes no Enem", explicou a gerente.
 
Educação é referência
 
Atualmente, o Espírito Santo possui 3,5 mil presos estudando em salas de aula de 31 unidades prisionais, desde a alfabetização até o Ensino Médio, na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). A oferta de Educação é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
 
Enquanto a média nacional de presos na escola é de 10% nosso índice é de 21,2% da população carcerária em sala de aula. Se considerarmos apenas os presos condenados, esse índice passa para 32%.
 
Entre a população carcerária feminina esse índice é ainda maior. Hoje, o Espírito Santo é o Estado com mais mulheres presas envolvidas em atividades educacionais no País. 52,3% delas estão inseridas no processo educacional.
 
Estudar reduz a pena
 
A Lei nº 12.433/11, sancionada em junho, alterou a Lei de Execução Penal para permitir a redução da pena dos presos que estudam. O benefício da remição autoriza a redução de um dia da pena a cada 12 horas de estudo, distribuídas em três dias.
 
 
 
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Texto: Aline Pagotto

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