A Secretaria da Justiça (Sejus) participou do VIII Seminário Internacional de Pesquisa em Prisão, como expositor do Painel “A universidade e o cárcere – Homenagem a Roberto da Silva”. O evento foi promovido pela Associação Nacional de Direitos Humanos, Pesquisa e Pós-Graduação (ANDHEP) e ocorreu nessa quarta-feira (04), na Universidade Estadual do Maranhão, em São Luís.

O seminário discute as pesquisas relacionadas ao sistema prisional e às ciências sociais, promovendo o intercâmbio de conhecimento entre pesquisadores, estudantes, ativistas e gestores. A gerente de Reintegração Social e Cidadania, Karina de Oliveira Amaral, representou a Sejus no encontro.

O Painel “A universidade e o cárcere – Homenagem a Roberto da Silva” contou com a participação do interno do sistema prisional capixaba Wolmar Braido, que já está no regime semiaberto e, atualmente, é integrante do Projeto Manutenção da Vida da Sejus, atuando como programador na Gerência de Tecnologia da Informação e Comunicação (GTIC). Ele foi convidado para participar do evento pela Global Freedom, por meio do projeto Acadêmicos da Liberdade. O painel foi coordenado pela doutora em Antropologia Social, Karina Biondi, professora da Universidade Estadual do Maranhão.

Preso há 17 anos, Wolmar Braido contou sua trajetória pelo sistema prisional e as oportunidades que obteve durante o cumprimento da pena. Mesmo preso, ele concluiu os ensinos Fundamental e Médio, cursou graduação a distancia em Administração e se pós-graduou em Desenvolvimento de Aplicações Mobile, estando no regime fechado. Atualmente, cursa o segundo período de Ciências Contábeis na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em todo o sistema prisional do Espírito Santo, 46 internos cursam o Ensino Superior.

Com os conhecimentos obtidos com a pós graduação em programação, ele também criou um aplicativo usado para o agendamento de visitantes em uma unidade prisional de Colatina. A história de Wolmar Braido representa parte do Programa de Ressocialização da Secretaria da Justiça.

“Participar do painel foi uma experiência incrível. Me senti honrado com o convite e por poder estar lá contando a minha experiência para estudiosos de todo o País. Sei que essa oportunidade só foi possível pela confiança que depositaram em mim no decorrer de todos esses anos. Isso só me traz ainda mais motivos para continuar em busca da transformação”, disse Braido.

A gerente de Reintegração Social e Cidadania, Karina de Oliveira Amaral, destacou a importância do espaço para discutir políticas de ressocialização.

“É uma grande satisfação participar desse encontro e uma oportunidade para debatermos as mais recentes pesquisas e práticas no âmbito das prisões, especialmente no que diz respeito à reintegração social por meio de oportunidades da educação, qualificação profissional e trabalho como uma das garantias constitucionais. São debates que possibilitam o aperfeiçoamento das políticas públicas e contribuem para a construção de um futuro mais promissor para aqueles que cumprem suas penas em privação de liberdade e pessoas egressas do sistema prisional, contribuindo significativamente para a redução da reincidência criminal”, enfatizou Karina de Oliveira Amaral.

O painel contou com a participação de um representante da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Maranhão (SEAP), das professoras Ana Gabriela Mendes Braga (Unesp) e Carolina Bessa Ferreira de Oliveira (UFSB).

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