27/09/2019 14h47

Projeto leva arte do grafite à Unidade de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

Criatividade, liberdade de expressão, representatividade. Esses são alguns dos atributos que a arte agrega, e por isso, ela está sendo utilizada como método terapêutico na Unidade de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (UCTP), da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

Na tarde dessa quinta-feira (26), os internos da unidade, todos portadores de algum transtorno mental e que cumprem medida de segurança, puderam participar de uma oficina com o artista e grafiteiro Edson Sagaz. Ele compartilhou um pouco de sua técnica e expertise com os internos e também contribuiu com sua arte para o processo de humanização do espaço.

A ação faz parte do projeto Ateliê Livre Expressão, desenvolvido na UCTP e financiado pelo Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura). Para a diretora da unidade, Roberta Barbosa dos Santos Prates, desde o início do projeto, no ano passado, os pacientes têm apresentado evolução em diversos quadros clínicos.

“Com a prática da pintura, da argila e agora com o grafite, observamos que os pacientes com esquizofrenia, bipolaridade, depressão, entre outros quadros, apresentam resultados positivos, entre eles, melhora da concentração, da coordenação motora e mais interação entre o grupo. A arte aviva os pacientes para o novo. Além disso, a técnica do grafite será usada aqui para humanizar ainda mais nossos espaços, a começar pela entrada da UCTP”, explicou a diretora.

Arte que inspira humanização

Como resultado das oficinas realizadas na UCTP, a recepção da unidade recebeu arte em grafite, ação que contou com a participação dos pacientes. A frase do filósofo Aristóteles “Não existe um grande gênio sem uma pitada de loucura”, foi a escolhida para humanizar o espaço, grafitada com muitas cores e cenários da natureza.

Grafiteiro, artista plástico autodidata, rapper, músico, compositor, membro e fundador do grupo de Rap Suspeitos na Mira, Edson Sagaz, desenvolve a arte do grafite em diversas apresentações como mostras, festivais, oficinas e exposições em vários níveis e setores da sociedade civil.

A ação realizada pelo artista foi a primeira com foco em pacientes com doença mental que cumprem medida de segurança. “Vejo com muito bons olhos a iniciativa do projeto Ateliê Livre Expressão em querer levar a arte do grafite para uma unidade de reclusão. Esta é uma maneira de inseri-los em uma perspectiva de educação. Quando se pensa na educação de maneira transversal, na conversa olho no olho, é possível trabalhar a reinserção dessas pessoas na sociedade. Eles se sentem mais humanos e incluídos”, disse Sagaz.

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