Internos estudantes do sistema prisional capixaba participaram, nesta sexta-feira (10), do IX Festival de Xadrez para Estudantes Privados de Liberdade da Rede Pública Estadual de Ensino do Espírito Santo. Promovido pela Secretaria da Educação (Sedu), em parceria com a Secretaria da Justiça (Sejus), o evento tem o objetivo de promover a integração dos estudantes e contribuir com o processo de ressocialização.

A subsecretária de Estado da Educação Básica e Profissional da Sedu, Andrea Guzzo, falou sobre a ação. “O Festival de Xadrez para estudantes privados de liberdade, além de mobilizar o desenvolvimento da memória, concentração e o raciocínio lógico dos estudantes participantes, é uma oportunidade de interação social com outras pessoas e espaços, favorecendo o processo de ressocialização desses estudantes. Para nós, da Sedu, também é uma experiência muito significativa, pois nos permite acolher nossos estudantes privados de liberdade e apresentá-los aos representantes dos setores que cuidam do processo de escolarização”, frisou a subsecretária.

Participaram do festival 20 internos de cinco unidades prisionais, sendo dez homens e dez mulheres que cumprem pena no Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL), Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC), Penitenciária Estadual de Vila Velha I (PEVV1), Penitenciária Estadual de Vila Velha V (PEVV5) e Penitenciária de Segurança Média I (PSME1). Os internos cursam a 6ª e a 7ª etapas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental e da 1ª a 3ª etapas da EJA – Ensino Médio.

Os internos participaram do campeonato que utilizou o método rápido, sendo seis rodadas de 30 minutos cada uma. A estudante Dirlene Badiani Cruz é uma das internas que participa do campeonato. “Comecei a treinar xadrez no sistema prisional e de lá para cá venho jogando, pois é um jogo que exercita a mente, nos ajuda no controle das emoções e a fazer escolhas certas. A cada jogada a gente pensa que a impulsividade acarreta prejuízos e perdas, assim como na vida. Essa competição faz parte do processo de ressocialização”, disse.

Em parceria com a Sedu, a Sejus oferta o ensino regular na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para todo o sistema prisional do Estado. Atualmente, 3.220 alunos estão distribuídos em 218 turmas dos ensinos Fundamental e Médio. A educação faz parte do Programa de Ressocialização da Pasta.

O subsecretário de Estado de Ressocialização da Sejus, Marcelo Gouvêa, destacou que o Festival de Xadrez estimula o desenvolvimento de habilidades. “O xadrez tem a capacidade de trabalhar a concentração, o raciocínio lógico e a tomada de boas decisões. É uma forma de propor desafios e a abertura de conhecimentos. Para os privados de liberdade, a atividade estimula também o resgate de valores e a mudança de vida”, ressaltou.

Um exemplo de ressocialização é a auxiliar de serviços gerais da Sedu, Penha Mara Loureiro Rocha, campeã do Festival de Xadrez para Estudantes Privados de Liberdade da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado, em 2019. “O xadrez era uma distração dentro da penitenciária. Começou como uma brincadeira, mas fui percebendo que o jogo me tirava da realidade em que estava, pois exige muita concentração. Hoje, me sinto ressocializada, graças ao xadrez e ao meu trabalho”, comentou.

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