Uma parceria entre a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e a empresa Buaiz S/A Indústria e Comércio permitirá que até 50 internos do sistema prisional trabalhem como ajudantes de expedição, na área do estoque de mercadorias da empresa de alimentos. Os presos que vão participar da iniciativa cumprem pena em regime semiaberto e possuem autorização da Justiça para trabalhar fora da unidade.
 

O convênio que firmou a parceria foi assinado nesta segunda-feira (23), no gabinete do secretário de Estado da Justiça, Eugênio Coutinho Ricas, em Vitória.

 

Participaram da assinatura o diretor-geral da Buaiz Alimentos, Élcio Alves, a coordenadora de Recursos Humanos do Grupo Buaiz, Claudia Andrea Correia, a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kiepper do Nascimento e a coordenadora de Parcerias do Trabalho da Sejus, Elisabeth Dias Reblin.

 
"Essa ação é muito importante. É uma oportunidade de mudança que a empresa está oferecendo aos internos, para que retornem à sociedade. Se tudo der certo, temos a intenção de estender esse convênio para as outras empresas do Grupo Buaiz, ampliando assim o número de internos empregados", afirmou o diretor-geral da Buaiz Alimentos, Élcio Alves.
 

A assinatura de mais um convênio para uso da mão de obra de internos do regime semiaberto também foi comemorada pelo secretário Eugênio Ricas. "Para nós, da Secretaria de Estado da Justiça, é uma grande alegria firmar uma parceria com uma empresa tão importante como a Buaiz. Hoje, o Estado é referência nacional em ressocialização de pessoas privadas de liberdade, mas dependemos das empresas privadas para ofertar trabalho e inserir essas pessoas no mercado de trabalho e essa participação da Buaiz é importantíssima", explicou.
 

Os internos selecionados para participar do convênio trabalharão de segunda a sábado e a jornada de trabalho será de sete horas diárias. Eles receberão remuneração de um salário mínimo, além de uniforme, alimentação e transporte.

 
Conforme determinado pelo Programa de Pagamento ao Trabalhador Preso, uma parte do salário vai diretamente para uma conta pecúlio em nome do interno, outra parte vai para família e a terceira, para o preso. O dinheiro da conta pecúlio só pode ser retirado quando a pessoa é beneficiada com a liberdade.

 
Os internos também serão beneficiados com a remição da pena, assegurado por lei. Dessa forma, três dias de trabalho, significarão um dia a menos de cumprimento de pena.

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) realiza o trabalho de ressocialização pautado no tripé trabalho, qualificação profissional e educação. O objetivo é ampliar o nível de escolaridade dos internos, qualificá-los profissionalmente e inseri-los no mercado de trabalho ainda durante o cumprimento da pena e encaminhá-los a uma vaga de trabalho assim que deixarem o sistema prisional.
 

Hoje, 2,5 mil internos trabalham, em atividades dentro e fora das unidades. As oportunidades de trabalho são ofertadas por 240 empresas conveniadas à Sejus. Entre os trabalhos desenvolvidos destaca-se a produção de estofados, confecção de blocos de concreto, plantação de mudas de eucalipto, construção civil, serviços gerais, além de finalização e acabamento de confecção, entre outras.