Em cerimônia realizada no Museu Vale, em Vila Velha, nesta quinta-feira (26), os 19 semifinalistas do concurso de pintura do projeto "Mãos que Falam", realizado pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), puderam finalmente saber quem levou a melhor na disputa.

Na categoria masculina, o primeiro lugar ficou com Vinícius de Menezes Lima, da Penitenciária Semiaberta de Vila Velha (PSVV). Romildo Braz Correia Vitória (Penitenciária Estadual de Vila Velha II) e Dyeibe Lima Andrade (Penitenciária Agrícola do Espírito Santo) ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares.

Já entre as mulheres, as premiadas foram Lethícia Lemos Jantorno, do Centro de Detenção Provisória Feminino de Viana, em primeiro lugar, e Elenice Maria da Rocha, do Centro Prisional Feminino de Colatina, em segundo.

O detento Romildo Braz Correia Vitória, que ficou em segundo lugar no concurso, na categoria masculina, contou que participar do projeto traz esperança de ter uma nova oportunidade quando retornar à sociedade. "Não sabia que tinha esse dom artístico. Só descobri quando entrei para o projeto. Fiquei surpreso com o resultado e quero continuar pintando e transformar esse aprendizado em profissão", falou.

Neste ano, o tema do concurso foi "Terra, Planeta Água". Os trabalhos produzidos pelos internos foram analisados por uma comissão julgadora, formada por artistas plásticos. Participaram da disputa detentos provisórios e condenados do sistema prisional capixaba. Foram ofertadas cinco vagas para cada uma das 35 unidades administradas pela Sejus, e 19 inscreveram representantes, totalizando 85 concorrentes. As obras campeãs do concurso ficarão expostas por 10 dias no térreo do Edifício Fábio Ruschi, no centro de Vitória.

Além de terem os trabalhos divulgados, os vencedores receberam medalhas e livros de arte. Todos os participantes receberam certificados.

O projeto 'Mãos que Falam' tem o objetivo de potencializar as habilidades artísticas de internos do sistema prisional capixaba, bem como auxiliar no resgate da autoestima dos detentos e contribuir para a melhoria da qualidade de vida deles.

 

O concurso é uma iniciativa da Gerência de Educação e Trabalho (GET), da Sejus, em parceria com a Fundação Operartes e apoio da Arcelor Mittal Tubarão e do Instituto Sincades.

Em seu discurso, o secretário de Estado da Justiça destacou que uma das missões da Sejus é oferecer oportunidades de ressocialização às pessoas privadas de liberdade, investindo em educação, qualificação e trabalho, e o papel transformador da arte para os detentos. "A arte é uma forma importante de resgatar essas pessoas e despertar o melhor nelas, por isso temos projetos como o 'Mãos que Falam', que é uma iniciativa vitoriosa, que está em seu segundo ano. Parabenizo a todos os artistas que participaram do concurso", disse.

O subsecretário de Estado da Cultura, José Roberto Santos Neves, parabenizou a Sejus pela iniciativa e ressaltou que ela contribui para a democratização do acesso à cultura. "A arte é um poderoso instrumento de transformação social, por isso, esse projeto é tão nobre e bonito", comentou.