27/08/2024 15h56 - Atualizado em 28/08/2024 12h27

Sistema prisional recebe projeto 'Mentes Literárias' de incentivo à leitura

A Secretaria da Justiça (Sejus) recebeu, na última sexta-feira (23), o projeto “Mentes Literárias: da magia dos livros à arte da escrita”. Lançado no Espírito Santo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a iniciativa propõe ampliar o acesso à leitura nos estabelecimentos penais do País. O evento de lançamento foi realizado no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL).

O projeto Mentes Literárias está alinhado às diretrizes da Resolução CNJ nº 391/2021, que incentiva a remição de pena por meio da leitura como prática social educativa no sistema prisional. A iniciativa prevê a realização de rodas e oficinas de leitura e escrita em unidades prisionais e Escritórios Sociais, além da qualificação de acervos literários e da estruturação de bibliotecas nesses espaços. A metodologia do projeto inclui encontros quinzenais ou mensais ao longo de seis meses, promovendo a continuidade e o aprofundamento das práticas de leitura.

O projeto é realizado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). O Espírito Santo é o primeiro Estado da federação a receber o projeto, que será levado para todo o País.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, foi o anfitrião do evento. “Somos os primeiros do País a receber o Projeto Mentes Literárias, uma iniciativa que promete revolucionar a educação e a cultura nas prisões. O projeto busca universalizar o acesso aos livros, bibliotecas e práticas educativas, oferecendo aos internos e ao público egresso uma nova chance de reescrever suas histórias. Esta é mais uma iniciativa que alia educação e cultura como ferramentas de ressocialização”, disse Rafael Pacheco.

“Por meio dos livros e da escrita, oferecemos um caminho para que pessoas privadas de liberdade descubram novos horizontes, desenvolvam habilidades e reescrevam suas próprias histórias. A literatura não apenas abre portas, mas também constrói pontes para um futuro mais promissor e digno. É exatamente essa a aposta do CNJ com o projeto Mentes Literárias, que busca, por meio da leitura, transformar vidas e promover a reintegração social de forma efetiva e humanizada”, afirma o supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) e conselheiro do CNJ, José Rotondano.

“Todos nós sabemos do poder da leitura como catalisadora da mudança, capaz de iluminar novas perspectivas e ressignificar a vivência daqueles que estão em privação de liberdade. Mas ter bibliotecas em unidades prisionais não é o bastante. É preciso qualificar os acervos literários, proporcionar acesso a diferentes obras, incentivar e valorizar a escrita também como forma de cidadania. O Mentes Literárias abarca essas diversas frentes, e é nossa maneira de reafirmar que a transformação é possível quando há comprometimento e cooperação interinstitucional”, destacou o juiz auxiliar da presidência e coordenador do DMF/CNJ, Luís Lanfredi.

A solenidade de lançamento do “Mentes Literárias: da magia dos livros à arte da escrita” ocorreu no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) e contou com a presença de representantes da Secretaria da Justiça (Sejus) e Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Na ocasião, os participantes puderam conhecer a Rádio Vox, que funciona dentro da unidade prisional.  Internos puderam acompanhar uma programação diferente, com rodas de conversa e gravação de podcasts pertinentes ao tema.

 

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