Unidade prisional confecciona naninhas para pacientes com câncer
Promover acolhimento e bem-estar às crianças que fazem tratamento oncológico. Foi pensando nisso, que a Penitenciária de Segurança Média 1 (PSME1), no Complexo de Viana, unidade prisional administrada pela Secretaria da Justiça (Sejus), criou o projeto Naninhas: um boneco artesanal, feito em tecido que funciona como um travesseiro com finalidade terapêutica.
Ao todo, 10 internos da unidade prisional participam da produção das naninhas, que começaram a ser confeccionadas em fevereiro deste ano, com a parceria da voluntária Krystian Penha da Silva Scarpi. Foi ela a idealizadora do projeto e a responsável por ensinar aos detentos as técnicas para confecção das naninhas. Desde então, cerca de 100 bonecos já foram produzidos. Toda a matéria-prima utilizada para a produção é fruto de doações. Tecidos em algodão, enchimentos e linhas são a base para a confecção.
“Conheci o trabalho que é desenvolvido no sistema prisional pela mídia e resolvi propor a parceria para confecção das naninhas. É um projeto que nasceu com o propósito de levar um pouco de conforto e afeto para crianças em tratamento oncológico. Pude acompanhar minha filha que passou por esse tratamento, que causa dores físicas e emocionais muito fortes. A naninha tem um propósito que é dar aconchego e encorajar as crianças que enfrentam esse processo”, explica Krystian Penha da Silva Scarpi.
A proposta inicial do projeto é realizar a entrega das naninhas às crianças que fazem tratamento oncológico no Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória, ainda este mês. De acordo com o diretor da Penitenciária de Segurança Média 1, Carlos Ely Elton Silva, o projeto estimula também a solidariedade. “O projeto capacita os presos na confecção de peças artesanais para o público infantil e colabora com o processo de ressocialização e humanização do cárcere. Além disso, também promovemos a aprendizagem e o aperfeiçoamento das técnicas de costura e crochê. O resultado desse trabalho é o acolhimento e bem-estar dessas crianças e, sobretudo, uma ação social que estimula a empatia e a solidariedade”, disse.
O projeto, que inclui, ainda, a confecção de roupas de bebê e estojo de lápis de cor, também auxilia como fonte de renda para familiares dos custodiados. “Os internos que participam da oficina de costura também recebem materiais custeados por suas famílias para produção dos artesanatos. O produto final é vendido em ambiente externo e auxilia como fonte de renda para essas pessoas. Esse é outro ponto importante do projeto, tornar os internos produtivos e em condições de ajudar financeiramente seus familiares”, explica Carlos Ely.
Texto: Sandra Dalton
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