Unidade prisional realiza 1ª Feira de Ciências e Mostra Científica com alunos internos
O Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) realizou nos dias 25, 26 e 27 de outubro a 1ª Feira de Ciências e Mostra Científica, com os alunos internos da unidade prisional. O evento contou com 24 trabalhos elaborados pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor Manoel Abreu, que atende à unidade prisional, por meio da Secretaria da Educação (Sedu).
Os trabalhos foram orientados pelos professores das áreas das Ciências da Natureza (Química, Física, Ciências e Biologia) Rodrigo da Vitória Gomes, Merian Souza da Penha Jacob, Joabe Lopes Silva e Maria da Penha Bonisenha. Segundo o docente Rodrigo da Vitória Gomes, o evento promove a competitividade científica e incentiva alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio a planejar e executar trabalhos científicos.
“A atividade possibilitou aos alunos a oportunidade de construir seu conhecimento de forma criativa. Nesse contexto, as feiras de ciências ultrapassam a simples questão expositiva e alcançam o patamar de produção do próprio conhecimento científico. A interação com a comunidade e a investigação de temas e problemas de interesse do grupo se constituem em uma educação para a cidadania, na medida em que os alunos a reconhecem, debatem e buscam soluções ao problema investigado”, destacou o professor Rodrigo da Vitória Gomes.
O evento foi dividido em duas categorias, sendo elas: Mostra Científica, com a divulgação de trabalhos já existentes de autoria ou não dos participantes, com a apresentação de experimentos; e Feira de Ciências, que teve como foco projetos inovadores.
Durante a feira, os alunos tiveram o tempo de dez minutos para a exposição dos trabalhos, que passaram pela avaliação de uma banca examinadora. Entre os projetos apresentados, estão trabalhos como Estudo preliminar da despolimerização do politereftalato de etileno (PET) por glicerólise – Um destino para os plásticos de um presídio; Produção de Gás hidrogênio a partir da reação com alumínio em hidrólise alcalina”; máquina de solda de baixo custo; Bomba de oxigênio, sem uso de energia elétrica, para beneficiar a piscicultura desenvolvida na unidade prisional, além da criação de desinfetante artesanal.
Também fizeram parte da exposição trabalhos como uma chocadeira para aumentar a produtividade da granja CDRL, ranicultura, aquaponia, mini cisterna e uma maquete de casas com energia eólica, bem como o projeto de biodigestor, entre outros.
Os trabalhos tiveram pontuação de 0 a 100, com emissão de certificados. Os cinco melhores projetos foram premiados. O aluno interno Carlos Gomes Bedine, que está no 1º ano do Ensino Médio, participou da Feira de Ciências com o projeto de desinfetante artesanal, criado com cascas de limão e eucalipto. “O que aprendemos foi surpreendente. Estudamos, fizemos experimentos e vimos como a química pode ser usada no nosso cotidiano. É um aprendizado que abre a nossa mente e vai trazer muitos benefícios para minha vida”, contou.
Gediel Santos Barboza está no 1º ano do Ensino Médio e foi um dos que elaboraram o projeto de biodigestor, pensado na redução do consumo do gás de cozinha e na produção de biofertilizantes. O equipamento é um sistema que realiza a decomposição anaeróbica (sem oxigênio) de resíduos orgânicos, como restos de alimentos, que gera como produto biogás e o chorume (biofertilizante) que pode ser usado em plantações.
“Participar de uma ação como essa é de extrema importância para nós. Vejo como um processo de reeducar e ressocializar. É a ciência que educa, que transforma e liberta o homem da ignorância para o saber. Com projetos assim, sentimos que não estamos esquecidos e existem pessoas que acreditam na nossa mudança. Sou muito grato por isso e por tudo que aprendi”, disse Gediel Santos Barboza.
Para o diretor do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares, Nelson Merçon, a iniciativa contou com total empenho dos internos, que estudaram e trabalharam em equipe. “A 1ª Feira de Ciências e Mostra Científica do CDRL foi um sucesso. Acreditamos que a escola é um espaço para transformação do indivíduo, pois desempenha um papel fundamental na ressocialização, com a difusão do conhecimento. Além disso, é um espaço onde os internos têm a possibilidade de resgatar ou aprender uma outra forma de se relacionar, diferente das relações habituais da prisão. É um estímulo à transformação e um preparo para o convívio social”, ressaltou.
Projetos vencedores da 1ª Feira de Ciências e Mostra Científica:
Categoria Feira de Ciências:
1º Lugar: Estudo preliminar da despolimerização do politereftalato de etileno (PET) por glicerólise – Um destino para os plásticos de um presídio.
2º Lugar: Produção de desinfetante artesanal – Possibilidades para o Ensino de Química no cárcere.
3º Lugar: Aquaponia – Aquicultura + Hidroponia
4º Lugar: Bomba D’água sem uso de Energia Elétrica.
5º Lugar: Biodigestor
Categoria Mostra Científica:
1º Lugar: Produção de Gás hidrogênio a partir da reação com alumínio em hidrólise alcalina.
2º Lugar: Dessanilizador Solar.
3º Lugar: Biodigestor a partir de Excrementos de Animais.
4º Lugar: Microfone de Caixinha de Fósforos.
5º Lugar: Show de Química.
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