O Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) realizou nos dias 16, 17, 18 e 19 de novembro, o Projeto Consciência Negra, que contou com oficinas e apresentações culturais elaboradas pelos alunos internos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor Manoel Abreu. A escola atende à unidade prisional, por meio da Secretaria da Educação (Sedu). Com o tema “Educação não tem cor”, o evento buscou resgatar a cultura e os costumes afros nas raízes históricas que ajudam a constituir a cultura no município de Linhares.

No projeto, alunos internos participaram de oficinas e confecções de artesanatos, tais como máscaras africanas, bonecas africanas de biscuit, bijuterias, porta-retratos, pulseiras de crochê e arte com papelão, organizadas pelas professoras Raquel Lopes dos Santos, Catarina Bittencourt Manzoli, Raquel Ferreira, Elânia Ambrozini, Karen Anne Antunes Cardozo, Vanessa Barcelos Zocatelli e Markelly Adelina de Souza.

Apresentações culturais elaboradas pelos internos, como dança jerusalema, interpretação das personalidades negras, roda de capoeira, teatro, puxada de rede, maculelê noturno, timbalada, entre outros, também fizeram parte das atrações. 

“Em meio à diversidade de valores e culturas que estamos inseridos, buscamos neste projeto repensar as nossas ações diante das atitudes de desrespeito com os afrodescendentes, que formam a maioria da população brasileira, sendo historicamente discriminados e desrespeitados em suas raízes e manifestações”, destacou a pedagoga Gilcélia Santos Guimarães.

O interno Fagner Pereira Reis, que está na 2ª série do Ensino Médio, fez parte de uma apresentação de dança: “Participamos de todo o processo de elaboração da apresentação, desde a escolha da música, a elaboração da coreografia e até a investigação do contexto em que a música foi escrita. Compreender este processo nos ajudou e ver que o preconceito e o racismo são formas de violência”, disse.

Para o diretor do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares, Nelson Merçon, a iniciativa contou com total empenho dos internos, que estudaram e refletiram sobre a diversidade étnico-cultural, compreendendo que cada povo tem uma identidade própria, ao participar das atividades propostas pelos professores.

“Promover uma educação ética, voltada para o respeito e o convívio harmônico com a diversidade, deve fazer parte de todos os ambientes, inclusive do espaço prisional. Acreditamos que, por meio da escola, podemos promover o respeito às diferenças para a valorização do ser humano e da identidade cultural de todos os povos, para que, dessa forma, mudanças significativas na prática social sejam percebidas e que o desenvolvimento da consciência cidadã seja efetivado”, destacou Nelson Merçon.

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