Visitantes estrangeiros conhecem penitenciária de Vila Velha
Um grupo de empregados da ArcelorMittal visitou nesta segunda-feira (12) a Penitenciária Estadual de Vila Velha II, no Complexo de Xuri. Ao final da visita, o grupo mostrou-se impressionado com a estrutura da penitenciária e com as atividades de ressocialização desenvolvidas no local.
O grupo é formado por funcionários de diversos países como México, Costa Rica, Bósnia, Argélia, Polônia, Ucrânia, Romênia, África do Sul, Alemanha e Índia. Eles fazem parte do Programa Férias Solidárias, uma iniciativa da ArcelorMittal Foundation que prevê o intercâmbio de empregados do grupo pelo mundo.
O objetivo da visita foi mostrar aos funcionários as ações de ressocialização desenvolvidas pela Secretaria de Estado da Justiça nas unidades prisionais do Estado.
Durante a visita, o grupo de funcionários da ArcelorMittal conheceu a escola da unidade, as salas de aula onde são realizados cursos de qualificação profissional, além das áreas em que funcionam projetos como 'Cinema em Cena', 'Eu faço Arte' e 'Decreto da Vida', que encantou os visitantes com canções tipicamente brasileiras.
Os funcionários também conferiram de perto a cozinha, a horta e área de saúde da unidade, onde os internos recebem assistência médica, psicológica e odontológica. O grupo visitou ainda o espaço onde vários internos trabalham na produção de bolas esportivas.
"A estrutura é de uma prisão, mas quando estamos aqui não nos sentimos presos, pois o espaço é amplo, limpo e organizado. Além disso, os presos estão ocupados, estudando ou trabalhando. O projeto de ressocialização desenvolvido nessa unidade é excelente. Não vi esse trabalho em todos os países que visitei", elogiou o gerente da Fundação Mundial ArcelorMittal, Rajeworan Mandam Parambil.
A visita também foi comemorada pelos servidores da unidade. "A visita de hoje foi de extrema importância, pois proporcionou visibilidade ao excelente trabalho desenvolvido no sistema prisional e na PEVV II a um público de culturas tão diversificadas. Iniciativas como essa só têm a agregar valor ao processo de ressocialização desenvolvido pela Sejus", afirmou Bruno Nienke Machado, diretor da PEVV II.
Ressocialização
Hoje, o sistema penitenciário capixaba possui 15.700internos e mais da metade participa de ações de ressocialização, que variam com o regime de cumprimento da pena (fechado ou semiaberto).
Atualmente, 3,6 mil presos estão estudando nas unidades prisionais, desde a alfabetização até o Ensino Médio, na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). Esses internos são atendidos por 250 professores contratados pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu), que atuam em 29 unidades que desenvolvem o Programa Educacional.
O índice de analfabetismo no sistema prisional foi praticamente zerado nos últimos anos. Entre os homens é de apenas 0,2%. Já entre as mulheres esse índice é zero. Os números também são positivos entre a população carcerária feminina. Hoje, o Espírito Santo é o estado com maior índice de mulheres estudando (cerca de 60% estão envolvidas em atividades educacionais).
O Estado também é o 1º estado do país em número de presos estudando, e divide o posto com Pernambuco. Tanto que, em 2013, 1.551 presos fizeram a prova do Enem. Com a nota do exame, egressos do sistema prisional conquistaram vagas no ensino superior.
Enquanto a média nacional de presos na escola é de 10%, o índice do Espírito Santo é de 25% da população carcerária em sala de aula. Considerando apenas os presos condenados, esse índice passa para 34%. Isso ocorre porque o índice de presos provisórios estudando é bem menor, de 7%, já que a maioria não permanece no sistema durante muito tempo ou são transferidos de unidades.
Além disso, em 2013 foram ofertadas 4.600 vagas em cursos de qualificação profissional e a expectativa em 2014 é que este número chegue a seis mil vagas, em 50 diferentes cursos, que vão desde os mais simples, como panificação e jardinagem, até curso de gestão em petróleo e gás.
São cursos presenciais e à distância, ofertados em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Sectti), com o Senai e também por meio do Pronatec, do Governo Federal.
E grande parte dos internos que participam dos cursos de capacitação são contratados por empresas que utilizam mão de obra de detentos. Tanto que, hoje, são 2.500 presos trabalhando em 240 empresas conveniadas à Sejus.
Os internos atuam em frentes de trabalho montadas dentro das unidades e também nas sedes dessas empresas, fora dos presídios, dependendo do regime em que cumprem pena (fechado ou semiaberto).
Alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos internos são: montagem de móveis, produção de bancos de couro, de blocos de concreto, produção de mudas de eucalipto, construção civil, serviços gerais, finalização e acabamento de confecção, artesanatos diversos, produção de marmitex, entre outros.
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