19/10/2015 16h33 - Atualizado em 14/03/2016 13h48

Workshop discute desafios da espiritualidade na reintegração social

Mais de 60 pessoas participaram, nesta segunda-feira (19), do I Workshop "Os Desafios da Espiritualidade na Reintegração Social", no auditório do Edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória.

O evento foi realizado pelo Grupo de Trabalho Interconfessional do Sistema Prisional (Ginter) e reuniu representantes – entre integrantes do Serviço Social e diretores adjuntos - de todas as unidades prisionais administradas pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

De acordo com a gerente de Reintegração Social e Cidadania da Sejus, Maria Jovelina Debona, o encontro teve como objetivo discutir como a assistência socioespiritual pode contribuir para a reintegração social das pessoas privadas de liberdade. "Aproveitamos para debater o planejamento das ações para o próximo ano, já que este foi o último encontro de 2015", explicou a gerente.

O pastor Romerito Oliveira da Reencarnação, membro do Ginter, ressalta que a Sejus tem pensado de forma mais ampla o dever do Estado na reintegração das pessoas privadas de liberdade, o que inclui a assistência religiosa. "Ela tem ganhado uma dimensão maior dentro do processo de reintegração dos detentos", falou o pastor.

Atualmente, todas as 35 unidades prisionais administradas pela Sejus contam com a oferta de assistência religiosa.

Os participantes do workshop assistiram a uma palestra do professor de Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Marcelo Martins Barreira, que falou sobre os desafios da espiritualidade na reintegração social dos detentos. "Apesar de o Estado ser laico e ter que preservar a neutralidade em relação às religiões, ele deve reconhecer o valor da espiritualidade e equacionar os conflitos religiosos nas unidades por meio do diálogo e de uma abertura democrática", disse o palestrante.

A programação do workshop contou, ainda, com uma atividade em grupo em que os participantes discutiram temas como tolerância religiosa e boas práticas. Após o debate, cada um dos cinco grupos apresentou os resultados para os demais.

Sobre o Ginter

O Ginter funciona desde 2008 e é coordenado pelo Núcleo de Assistência Social e de Direitos Humanos (NDH) da Sejus. O grupo não só qualifica voluntários, como também atua na ampliação da assistência espiritual oferecida nos presídios e articula os grupos religiosos cadastrados com a Direção das Unidades Prisionais.

A Portaria nº 991-S, publicada em 2011 pela Sejus, disciplina a assistência espiritual oferecida nas unidades prisionais do Estado, cumprindo o artigo 24 da Lei de Execuções Penais (LEP).

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